28 de junho de 2019

Descolado

MEGATRON
Nicki Minaj

MEGATRON, novo single da Nicki Minaj, é uma canção descolada. E, não, o adjetivo aqui não está sendo utilizado de forma positiva.

O imenso problema de MEGATRON é que a composição e a performance de Nicki estão em outro nível em relação ao irritante batida. Uma mistura de rap com reggaeton e música caribenha que poderia até legalzinha, mas prefere entregar uma linear, chata e aborrecida batida que não chega a lugar nenhum. Descolado com essa péssima decisão, a composição de MEGATRON é até divertida, bem feitinha e com alguns ótimos momentos como, por exemplo, o refrão feito para ser tão grudento como o de Super Bass ou Starships. E nem mesmo a boa performance de Nicki consegue realmente salvar a canção de ser, até o momento, uma das piores canções do ano.
nota: 5,5

O Primeiro Tropeço

Press
Cardi B

Depois de uma sequência de acertos um atrás do outro chegou o momento da Cardi B cometer o seu primeiro tropeço na sua meteórica carreira ao lançar a mediana Press.

De todas as canções lançadas pela rapper, Press é uma das canções mais direta sonoramente ao ser um rap/hip hop mais tradicional. Isso poderia até ser bom, mas a produção parece com medo de criar um arranjo com alguma complexidade que pudesse dar personalidade a batida que soa como qualquer trabalho de um rapper. Apesar de disparar sua metralhadora para os haters em uma letra segura e sem exageros, Press é salva do abismo devido a explosiva, raivosa e poderosa performance de Cardi que merecia uma canção bem melhor. Por enquanto, a rapper ainda está com o saldo positivo.
nota: 6

26 de junho de 2019

Você Precisa é De Uma Canção Melhor

You Need To Calm Down
Taylor Swift


Apesar de ainda não ser considerado de longe nada que um sucesso, a nova era da Taylor Swift parece que não está colhendo os frutos que normalmente a cantora consegue longo nos primeiros lançamentos. Depois da mediana ME!, a cantora lançou a melhorzinha You Need To Calm Down, mas parece que ainda está longe de acertar o alvo.

Antes de "descer a lenha" é necessário elogiar o fato de You Need To Calm Down é uma sincera tentativa de ser um hino a favor da comunidade LGBTQ+. E, apesar de todas as criticas que possam ser feitas, essa atitude é algo que merece ser respeitada ao deixar claro a posição da cantora em relação aos problemas da sociedade que, normalmente, uma artista com um público forte conservador nos Estados Unidos não iria falar tão apertadamente. Elogios à parte, You Need To Calm Down é uma bem feito, comercial e mediano electropop que basicamente segue a mesma formulas dos maiores sucessos da carreira. Não existe nada de novo sob o Sol durante a rápida duração do single, fazendo a cantora entregar o famoso bom e velho arroz com feijão. O grande problema da canção é a sua composição que se preocupa em ser recheada de versos de efeitos, resultado em um trabalho mediano, confuso e com pouca graça. Se a canção não tem a mesma qualidade dos principais trabalhos da cantora, ao menos serviu para selar a paz com a sua "arqui-inimiga" Katy Perry.
nota: 6,5

25 de junho de 2019

Pegadinha do Ed

Cross Me (feat. Chance the Rapper & PnB Rock)
Ed Sheeran

Quem pensou que o Ed Sheeran iria começar os trabalhos de seu novo álbum No.6 Collaborations Project com a segura e fraca I Don't Care, assim como eu, quebrou a cara com o lançamento da interessante Cross Me.

Cross Me é uma surpreendente e eficiente mistura de pop, R&B e pinceladas fortes de hip hop que resulta em canção que consegue ser uma aposta ariscada para o cantor e manter o aspecto popular/comercial das suas canções. Com uma produção mais complexa que o esperado ao adicionar um excelente sample da canção Pressure do rapper PnB Rock, transformando a mesma em uma espécie de refrão com a participação do artista. Bem pensado e com personalidade ímpar, o sample dá para canção corpo suficiente para sustentar a direção sonora e ainda ajuda a justificar a presença do rapper Chance the Rapper que, infelizmente, não acrescenta nada de substancial para Cross Me. Outro ponto importante de ressaltar que a canção não foge do nicho temático que o britânico normalmente entrega ao ser uma boa e bem estruturada balada romântica sobre defender a sua amada a todo custo. Resumindo: Ed Sheeran lançou uma canção que tem todas as suas marcas, mas que consegue sair do lugar comum ao quebrar várias expectativas. Ed, esse brincalhão.
nota: 7,5

Say You Won't Let Go, Again

Falling like the Stars
James Arthur

Não importa qual o seu gênero de música que cada um mais goste, pois a maioria das pessoas sempre irá apontar alguma balada romântica como uma das suas canções favoritas. E não há nenhum mal um artista escolher essa linha para trilhar como é o caso do britânico James Arthur.

Depois do imenso sucesso de Say You Won't Let GoJames Arthur parece se tornado especialista em inofensivas, românticas e boas canções românticas. O seu mais novo single é um bom representante disso, pois Falling like the Stars é exatamente uma boa, romântica e inofensiva balada que beira a ser uma balada épica, mas termina sendo contida devido a uma produção eficiente que não deixa o cair no clichê. Entregando uma performance com a mesma pegada contida, James deixa o seus distinto timbre ser o conduto emocional da composição direta e perfeita para celebrar a fase mais apaixonada de um relacionamento. Não que acredito que a canção será um clássico, mas deve embalar alguns romances por aí.
nota: 7,5

24 de junho de 2019

Novo Batido

New Eyes
Adam Lambert

Apesar de ter sido vendido como um astro pop, Adam Lambert sempre teve muito mais jeito de artro do rock como deixou claro ao assumir os vocais do Queen. E não é de se estranhar que o novo single dele seja com uma pegada mais rock. Pena que New Eyes não seja tão boa como poderia ser.

O single é uma até interessante e madura mistura de glam rock com um boa dose de um rock mais clássico, mas que, infelizmente, não consegue manter a mesma força do começo ao fim. Da sua metade para frente, New Eyes se torna repetitiva e um pouco arrastada, deixando a canção apática e sem brilho. Apesar da boa performance, Adam não consegue salvar a canção ao soar contido demais em uma tentativa de parecer descolado. É interessante que o cantor não precisar tentar, pois o mesmo já apresenta uma áurea tão envolvente como mostrou ao cantar o clássico Believe em homenagem a Cher recentemente. Espero que essa mudança na sonoridade do Adama possa realmente mostrar o potencial que o mesmo sempre mostrou no pop.
nota: 6,5

O Bom Comercial

Aute Cuture
ROSALÍA

Depois de conquistar a critica e parte do público com o seu pop nada comercial, a espanhola Rosalía parece pronta para conquistar de vez o mercado comercial. Depois da boa Con Altura, a jovem lança a também boa Aute Cuture, primeiro single do seu terceiro álbum.

Aute Cuture é uma bem estruturada, divertida e com personalidade que mistura do que foi ouvido no aclamado EL MAL QUERER com um toque pop mais comercial. Apesar de um resultado imperfeito, a canção dá uma boa amostra da potencialidade sobre onde pode chegar a sonoridade da cantora quando as "bordas" forem aparadas. As melhores qualidades de Aute Cuture é a sua produção que acerta na mistura da latin pop dançante com toques de flamenco pop em uma batida direta e com certa complexidade. Rápida e direta, Rosalía entrega uma composição que consegue ser ao mesmo tempo irônica e uma ode ao mundo da moda, mostrando que a espanhola tem realmente algo para falar. Aute Cuture não é a melhor canção do fenômeno espanhol, mas é uma auspiciosa promessa de algo maior. Aguardemos.
nota: 7,5

5 de junho de 2019

Get Lucky

Borderline
Tame Impala

Depois de já ter mergulhado no desconhecido fica muito mais fácil apreciar o diferente como é a deliciosa Borderline da banda Tame Impala.

Borderline é uma suave, envolvente e deliciosa psychedelic pop/disco que lembra muitos os trabalhos do Dar Punk, especialmente o Random Access Memories de 2013. Não é uma cópia ou coisa parecida, mas é nítido que o Tame Impala explora alguma influência que possuem em relação ao duo francês. Em minha opinião, os australianos entregam um trabalho melhor, pois Borderline soa muito mais orgânica, fluida e despretensiosa. Além disso, a composição que consegue ser mais profunda que aparenta ser, acrescentando substância criativa para a produção.  Se depender desses primeiros contatos com o Tame Impala, acredito que a decisão de dar uma chance a banda foi uma das melhores em 2019.
nota: 8


3 de junho de 2019

Primeira Impressão

Cuz I Love You
Lizzo



Um Encontro Part. 2

Tempo (feat. Missy Elliott)
Lizzo

Provando que 2019 será o melhor ano da sua carreira até o momento, a cantora/rapper Lizzo dá outra amostra deliciosa do seu álbum Cuz I Love You ao lançar Tempo, a sua colaboração com lendária Missy Elliott.

A primeira coisa que é necessário ser falada é que Tempo poderia ser melhor, principalmente devido aos talentos envolvidos e, primordialmente, devido a canção lembrar trabalhos geniais da Missy como, por exemplo, Lose Control WTF (Where They From). Todavia, a canção entrega algo que já é sensacional ao ser uma mistura de hip hop, funk e dance-pop com uma batida eletrizante e de uma cadencia deliciosamente irresistível. Divertida, sensual e com certa esquisitice sonora que apenas dois nomes como as envolvidas poderia carregar, Tempo tem uma letra relativamente rasa, mas divertida, empoderada e espirituosa. Assim como a canção, as performances da Lizzo e da Missy poderiam ser melhores, mas o que é ouvido na canção já é algo que vale a pena a existência da canção.
nota: 7,5

2 de junho de 2019

Finalmente De Volta

Never Really Over
Katy Perry

A mensagem é clara e direta: a Katy Perry finalmente está de volta ao mesmo patamar de Teenage Dream ao lançar a ótima Never Really Over.

Melhor que todas as canções dos seus dois últimos álbuns, Never Really Over é o retorno ao pop que a Katy fez ao consolidar a sua carreira como uma das maiores divas pop do novo milênio. Nada de extravagancias vergonhosas ou mediocridade entediante, o single é um eficiente, carismático, bem produzido e com personalidade electropop que apresenta certa originalidade na sua construção. Não que estamos diante de algo revolucionário, mas a produção acerta nas nuances dadas para a canção que consegue fazer a mesma se elevar perante o cenário pop atual. Claro, a canção puxa um pouco para comparações com a sonoridade da Carly Rae Jepsen, mas, felizmente, a presença iluminada de Katy consegue dar a sua cara em uma das suas melhores performances vocais até hoje. Entretanto, o ponto alto da canção é sua ótima composição que consegue ser do tipo "pra chorar na pista de dança" e ter um dos melhores refrões do ano. Que bom que a menina Katy está de volta.
nota: 8


Confuso

Nightmare
Halsey

A Halsey pode até encontrado o caminho do sucesso comercial, especialmente devido ao sucesso de Without Me, mas ainda precisa encontrar o caminho artístico com deixa claro a confusa Nightmare.

A canção é uma estranha, desconectada e meio forçada indie rock/ indie pop que poderia funcionar se a produção não quisesse fazer de Halsey uma artista mais densa que deveria ser apresentada para o grande público. E olha que não é por falta de experiência da produção, pois a mesma conta com Benny Blanco, Cashmere Cat e Happy Perez. O grande erro é a decisão de fazer os versos e o refrão terem pegadas completamente diferentes, resultando uma quebra de fluidez que arruína qualquer chance da canção ser boa. Essa critica também vale para a performance vocal da Halsey que transita entre o exagerado e irritante e o apático e sonolento. Nightmare se sustenta em parte devido a sua boa, madura e um pouco confusa composição em que ouvimos a cantora tentar expurgar alguns dos seus demônios íntimos de forma interessante. Pena que a presença de sete colaboradores para escrever a mesma acaba perdendo o lado pessoal que a cantora parece querer dar para a canção. Resumidamente: a Halsey ainda está batendo cabeça para achar o lugar certo que a pertence.
nota: 6