23 de junho de 2019

Primeira Impressão - Outros Lançamentos

SHE IS COMING
Miley Cyrus





Gostando ou não da Miley Cyrus é preciso reconhecer que a cantora alcançou o posto de diva pop ao realizar uma jornada única, estranha, cheia de altos e baixos e completamente com a sua cara. E é por isso que ouvir o EP SHE IS COMING (previa do álbum She Is: Miley Cyrus) é uma tarefa que não deveria ser difícil, pois o mesmo representa bem a carreira da cantora: único, estranho, a sua cara e cheio de altos e baixos.

SHE IS COMING começa com a interessante, carismática e imperfeita Mother's Daughter que soa como uma fusão de electropop com toques de indie rock/dance-pop. A produção soa indecisa nas suas decisões sonoras, pois a faixa parece nunca parece chegar ao lugar que pretende. Felizmente, a mesma funciona melhor que o esperado devido, principalmente, a sua composição empoderada que consegue não parece forçada ao querer surfar em uma onda. Em Unholy, a sensação de imperfeição não ajuda em nada já que a canção não consegue decolar em nenhum momento ao ser uma electropop apático, um pouco pretensiosa e com Miley deixando nítido o seu maior problema: a voz. Apesar de apostar em uma performance mais suave nos versos, o refrão mostra Miley subindo o tom e deixando a mostra o sua timbre nasal a mostra. Com uma boa produção, esse timbre nasal da cantora é "amaciado" e até ajuda a canção a ganhar personalidade. Em mãos não tão inspiradas, a voz de Miley pode ser um problema como é no caso da faixa. 

Em D.R.E.A.M, porém, Miley soa como ser fosse a única capaz de segurar essa intrigante, delicada e estranha mistura de dream pop com hip hop devido a presença forte e deslocadamente ousada do rapper Ghostface Killah. Não é uma capaz ótima, mas dá bons indícios que a artista é capaz de entregar trabalhos bem acima da média. E como não poderia de ser, Miley não deixou a "polêmica" de lado, pois a mesma entrega a faixa Cattitude ao lado de nada mais que RuPaul. A polêmica é devido ao fato da canção ter gerado uma recepção bem negativa entre o público, mas, sinceramente, a faixa é em minha opinião a melhor do EP. Bebendo diretamente da sonoridade do mundo musical gay, a canção é uma electropop que lembra bastante vários trabalhos da RuPaul. Ousada, esquisita, nada comercial para o mainstream e com uma personalidade única, Cattitude precisa de ser melhor entendida sonoramente para se curtida. O público médio do pop realmente não deve entender o conceito da canção. O problema da canção é outro problema da cantora de forma geral: a suas composições. Miley ainda não sabe como exatamente transmitir a sua personalidade nas suas composições de maneira que o público possa a entender da melhor forma. Tirando alguns bons momentos como na linha I love you, Nicki, but I listen to Cardi, os versos escritos obviamente pela cantora soam como uma tentativa meio vergonhosa, meio "mamãe quero ser grande" que demonstram ainda é necessário um grande amadurecimento artístico para a cantora. E isso fica bem claro na fraca Party Up The Street que tenta passar uma vibe descolada, mas termina soando entediante e sem graça. E para piorar, a canção ainda tem a presença do rapper mais chato da atualidade: Swae Lee. SHE IS COMING termina com a baladinha indie pop/folk pop The Most que com a composição romântica parece deslocada nessa previa, mas até pode funcionar quando o álbum inteiro for lançado. Longe de ser um trabalho que realmente deixe a gente realmente excitado pelo lançamento do seu sétimo álbum, SHE IS COMING deixa claro que a Miley Cyrus continua a ser exatamente o que quer sem ter muito medo do que iram pensar. E isso é algo que deve ser louvado.
notas
Mother's Daughter: 7
Unholy: 6
D.R.E.A.M.: 7
Cattitude: 7
Party Up The Street: 5
The Most: 6,5
Média Geral: 6,4

Um comentário:

lucas lopes disse...

Eu achei interessante e mega corajoso. Porém, concordo com relação a Cattitude, melhor faixa do EP. É uma explosão queer que merece ter clipe.