6 de novembro de 2022

Primeira Impressão

YUNGBLUD
YUNGBLUD




Existem alguns álbuns que tocam a gente de maneira diferente de outras pessoas. Normalmente, essa sensação é sobre sentimentos e emoções que o mesmo faz a gente ter ao ouvi-lo, mas em alguns casos é simplesmente o fato da gente gostar do álbum enquanto a maioria parece ter odiado. Esse é o caso do terceiro álbum do britânico Yungblud.

Intitulado apenas YUNGBLUD, o trabalho recebeu criticas especializadas medianas e uma enxurrada de negativas por parte do público. Por exemplo, no site Album of the Year marca a nota média de apenas 34 em 100 entre os usuários, sendo que houveram cerca de mais de quatrocentas avaliações. Uma nota simplesmente péssima para não dizer outra coisa. Entretanto, ao ouvir o trabalho posso admitir que não seja sensacional, mas o resultado parece ser melhor que esperado quando se olhado ponto de partida certa. YUNGBLUD é um álbum de pop rock, post-punk e emo vindo de um membro da geração Z com boas intenções e ainda uma imaturidade artística clara. Se essa pegada funcionou para a Olivia Rodrigo, Dominic Richard Harrison, nome de nascimento de Yungblud, repete essa formula de maneira menos reluzente, mas, sinceramente, o resultado é bem amarrado e tem os seus momentos realmente interessantes. O maior e principal deles é o que mostra o potencial verdadeiro do artista com o abre-alas The Funeral: “Bebendo diretamente da fonte dos anos oitenta, a canção é uma deliciosa, surpreendente e viciante mistura de punk rock/pop, synthpop e new wave que tem como principal fonte de inspiração nomes como The Cure e Billy Idol. Na verdade, a canção parece uma homenagem/releitura de Dancing with Myself de Idol com um toque mais elétrico e moderninho”. Apesar de nunca chegar perto desse momento, o álbum ainda mostra outras qualidades de YUNGBLUD.

Acredito que boa parte do motivo do álbum não desandar para mim é a presença marcante do britânico. Consigo entender o motivo de pessoas não gostarem da persona do cantor, mas a sua esquisitice levemente superficial que beira certo clichê/paródia funciona devido a presença carismática e fluida de Yungblud. Essa é a razão para a sexy e sexual Sex Not Violence funcione bem, pois o cantor dá a sua marca para uma música que poderia facilmente ser sem graça. O que ainda não tem como maquiar é a falta de capacidade lírica apresentado aqui já que é fácil notar a falta de apuro, maturidade e uma estética definida em letras rasas, piegas e que nem sustentam faixas que nem chegam a ter dois minutos. Felizmente, alguns momentos se sobressaem como a faixa The Boy in the Black Dress que mostra um cantor explorando traumas de adolescência de forma ainda clichê, mas sincera e até comovente. Outros bons momentos ficam por conta do uso do sample de uma canção do The Cure para Tissues e a boa parceria com a Willow em Memories. Sem dúvida nenhuma YUNGBLUD será o meu prazer culposo de 2022 e, sinceramente, acho até um dos melhores dos últimos tempos.



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