24 de dezembro de 2017

Top 25 - 2017






20. Lust For Life
Lana Del Rey


"Interessante notar que Lust For Life parecer ser o resultado de todas as experiências que a cantora fez nos seus três primeiros álbuns: o flerte com trip trop/hip hop em batida mais marcadas de Born To Die, a imersão no rock indie de Ultraviolence e a elaborada e complexa jornada feita em Honeymoon. Está tudo aqui, mas o novo trabalho para peneirar e aplicar uma camada densa de um entendimento que apenas a maturidade pode dar para um artista. Tendo a própria Lana e Rick Nowels os principais nomes de toda a própria, Lust For Life encontra uma sonoridade que, simultaneamente, possui o aconchego do art pop usual da cantora (arranjos melódicos, lentos para padrões atuais e com uma atmosfera que se assemelha a sonhos distorcidos) e uma noção de evolução musical com a adição novas texturas e nuances ainda não ouvidas nas canções da cantora. Veja o caso da bela e delicada White Mustang: apesar de parece mais uma faixa padrão de Lana, a canção tem uma delicadeza crua e despretensiosa que era difícil de ouvir em canções anteriores. Na verdade, Lana nunca esteve tão ousada e quebradora de suas próprias regras ao, pela primeira vez, contar com participações em suas canções. A melhor delas e, também, ficando com o título da faixa de maior destaque do álbum é a genial Beautiful People Beautiful Problems com a lenda do rock Stevie Nicks."

19. Reputation
Taylor Swift


"Entre amores, inimigos e amores inimigos, Taylor Swift desenvolve em Reputation uma imagem mais real sobre quem é a Taylor Swift: uma jovem imperfeita que transita bem entre a boa "girl next door" e a Regina George sem maiores pudores, deixando de lado a falsa impressão de ser a "pobre garota rica" que ela tentou impor nos seus últimos trabalhos. Bem mais livres dessas amarras, a cantora é capaz de simplesmente ligar o foda-se e se divertir sinceramente. O que não muda e é o que faz toda a diferença na carreira da cantora é o seu talento para escrever ao lado de seus parceiros letras que possuem a capacidade de criar imagens que são ao mesmo tempo belas e totalmente pop. E quando falo pop estou falando do velho e bom pop que é feito de ótimos refrões, referências e inteligência. Cada canção é um pequeno reservatório preciso de como escrever uma canção pop na sua melhor forma. Não existem muitos fillers, pois a maioria das canções tem verdadeiro potencial comercial. Sonoramente, Taylor continua a entregar o vem fazendo desde que se bandeio para o pop que é um redondinho, bem elaborado e de acabamento perfeito pop/electropop contemporâneo/comercial."

18. After Laughter
Paramore


"Para quem não analisa um pouco melhor o álbum pode achar que o intuito do Paramore é fazer um álbum simplesmente descontraído, alegre e iluminado. Isso é uma grande inverdade. Descontraído, sim, pois em nenhum momento somos levados a crer que as batidas contagiantes e descomplicadas escondem mais do que a vontade de serem sucessos comerciais. Porém, não ache que descontraído seja sinônimo de raso. After Laughter é um conjunto de pequenas crônicas sobre sentimentos complexos como o perdão, descobrimento sobre si mesmo e sobre o mundo que nos cerca, depressão, dependência emocional, solidão, entre outros. Alegre, sim, a banda através da produção do seu guitarrista Taylor York e do musico Justin Meldal-Johnsen (famoso pro produzir bandas como o Nine Inch Nails, Beck, Dixie Chicks, Garbage, entre outros) não tem medo de criar faixas com uma sonoridade essencialmente elegante e genuína visitando ao new wave, ao pop rock e ao synthpop feito nos anos oitenta para montar uma sonoridade dançante, nostálgica e como uma sensação quase parecida como estar em ambiente com luzes de neon. Iluminado e colorido, sim, mas essa luz que é irradiada é de uma sensação fria e soturna."

17. Ctrl
SZA


"SZA é como se fosse uma millennial cruza da Eryka Badu com a Lauryn Hill. Uma versão feminina de nomes como o Frank Ocean e Khalid. Uma nova voz para uma nova geração assim como a Lorde, mas quer tem um público diferente da cantora da Nova Zelândia. Suas composições refletem sobre assuntos "banais" como amores fracassados, corações quebrados, insegurança e depressão, mas tudo feito através de um olhar aguçadamente inquieto, ácido, sincero, muitas vezes melancólico e sempre extremamente inteligente. Não há composições fracas em Ctrl. Todas as letras são trabalhos recheados de uma visão completamente única sobre problemas comuns que, obviamente, possuem um alvo mais especifico. Todavia, ao contrário da Lorde, SZA parece conseguir um resultado lírico mais convidativo para qualquer público. Além disso, a cantora e os seus parceiros têm uma sabedoria mais pop ao adicionar elementos e uma pegada bem pop e divertida. Como cantora, SZA tem uma personalidade única ao entregar performances constantemente contidas, mas cheias de nuances e versatilidade."

16. Harry Styles
Harry Styles


"Harry Styles, o álbum, tem como primeira marca o fato da sua sonoridade ser completamente oposta ao que o cantor fez quando era parte do 1D: rock, puro e simplesmente rock. Styles na verdade está finalmente revelando quem é a sua persona artística, emoldurando as suas principais referências musicais que não poderia "revelar" anteriormente. E essas referências são basicamente uma gama longa e muito interessante de nomes do rock entre a década de setenta e oitenta que vai desde o Queen, passando pelo The Who e Pink Floyd e chegando até em Elton John, The Beatles e os Rolling Stones. Ainda é adicionada algumas pitadas de glam rock do Bowie, o britpop do Oasis e a intensidade do Aerosmith na mistura. O resultado final é Harry Styles nascendo como o astro do rock que ninguém poderia prever que existia, mas que, agora, pode está no caminho de ser um dos maiores dessa geração. Não que o álbum seja revolucionário, pois está bem longe disso já que, criativamente, a produção capitaneada por Jeff Bhasker entrega um produto redondinho, bem feitinho e com um produção que não vai muito mais longe do que o necessário para estabelecer o artista como cantor solo. Além de estabelecê-lo, o trabalho ajuda a criar uma identidade completamente próprio, ajudando a fazer de Harry um nome que se destaca na multidão ao nadar contra a corrente. Ajudado por um visual marcante da sua figura de um carisma único que apenas um britânico possui, Harry também tem um outro grande fator que ajuda o seu começo de carreira a se tornar um dos mais interessantes dos últimos tempos: a sua voz."

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