26 de novembro de 2017

Primeira Impressão

The Architect
Paloma Faith


Paloma Faith é uma artista que não tem medo de ser quem é e expressar a sua personalidade através da sua música. Infelizmente, apesar de todo o talento, a cantora ainda não consegue alcançar o mesmo nível de qualidade final em seus álbuns como mostra o morno The Architect, quarto trabalho da sua carreira.

Para quem já viu alguma entrevista, aparição ou mesmo um clipe de Paloma pode notar que a cantora tem uma personalidade "larger-than-life", isto é, uma personalidade grandiosa. Desde a sua imagem até mesmo a sua voz (tanto quanto fala, quanto canta), a cantora exala uma atmosfera excêntrica, singular, carismática, artística e completamente singular. Tudo isso é passado para a sua música, pois The Architect tem quase as mesmas qualidades que a sua dona. O que acontece com a sua música é que algo parece que não está se conectando perfeitamente no final, resultado em um álbum divertidamente imperfeito. 

A cantora não tem medo de fazer de The Architect um grandioso álbum pop/soul lotado de baladas românticas épicas e, quando a batida dá uma acelerada, a produção mantém as mesmas características. Tudo muito bem feito por uma produção com vários nomes talentosos britânicos como, por exemplo, Starsmith, TMS e Eg White com instrumentalizações perfeitas para sustentar toda a dimensão da sonoridade de Paloma. Entretanto, The Architect termina soado forçado e exagerado, o que parece contraditório já que a personalidade sonora de Paloma preza por ser exatamente exagerada e grandiosa. Só que aqui não tem a organicidade que outros álbuns da cantora como o interessante Fall to Grace de 2012. Por causa disso, The Architect resulta em um trabalho cansativo e, por vários momentos, repetitivo. Apesar de boa compositora e apresentar um talento raro para escrever letras sobre amor, Paloma parece perdida nas suas próprias ideias, sendo mais exato não existe um eixo central temático para o álbum. The Architect transita de forma áspera pelas letras sobre amores machucados, amores românticos e criticas sociais, resultado em um álbum de faixas e, não, um álbum por completo. Felizmente, existe um aspecto que transmite perfeitamente a personalidade de Paloma: dona de uma voz fora do comum, apesar de ter influências clássicas do soul music, a cantora entrega boas e versáteis performances, conseguindo sustentar nas costas boa parte do álbum. Os melhores momentos do álbum ficam por conta da homônima The Architect (a melhor do álbum), a balada pop/soul Guilty, a dançante eletropop Kings and Queens, a disco/pop e primeiro sigle CrybabyWarrior de composição da Sia. Paloma Faith é uma artista que se conseguisse ter em mãos um material na mesma altura que o seu talento bruto, a mesma seria um dos maiores nomes da atualidade.

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