4 de abril de 2021

Primeira Impressão - Outros Lançamentos

Revelación
Selena Gomez




Recentemente a Selena Gomez diz que pensa que se aposentar da música, pois parece que não é levada a sério no meio fonográfico. Na minha visão, Selena não deveria se aposentar, pois a mesma é dona de um talento imenso. O grande problema é que a cantora sofre de decisões extremamente equivocadas artisticamente. Só assim para entender o resultado do EP Revelación.

Na teoria, a ideia de Revelación é ótima: um EP em espanhol e inspirado na música latina para mostrar as origens de Selena. Na prática, porém, o resultado é um desastre em forma de música, pois, apesar de todo o carisma de Selena, a produção transforma tudo em um reflexo apático e sem graça do atual cenário da música latina ao misturar de forma irritante reggaeton, electropop e R&B. Tudo começa pela fraca De Una Vezque falta instrumental, atmosfera e tempero para dar vida a promessa que é feita logo nos começos segundos da canção: uma power balada latin pop. Saído de lugar e chegando no mesmo lugar, a canção ainda erra devido ao excesso de auto tune no vocais de Selena que, por sua vez, não entrega nada mais que uma performance contida e sem sal. O único ponto positivo é a composição que apresenta alguns momentos interessantes que poderiam ter sido melhor desenvolvidos para chegar no ponto certo da emoção que parece querer evocar”. Apesar de melhorar um pouco com Buscando Amor, a faixa deixa bem claro o problema do projeto: a falta de força criativa. A produção parece entregar um reflexo embaçado sobre o que seria a mistura do reggaeton com o pop low profile que a Selena vem mostrando nos últimos anos. Não empolga, não é divertido ou muito menos original, mas, sim, uma cópia translucida do que poderia ser algo realmente excitante. O melhor momento de Revelación se encontra na mediana Baila Conmigo em parceria com o cantor Rauw Alejandro: “a canção tem uma produção sólida que não descamba para a bomba em forma de música. Tirando isso, o single é um padrão, mediano e sem muita graça reggaeton lento que até pode soar comercial, mas não sai de lugares feitos e clichês básicos”. Depois disso, o EP continua em baixa até chegar no fundo do poço.

Dámelo To é um abismo sonoro que quer ser minimalista, mas terminando soando pobre e irritante no instante que adiciona uma batida clichê e repetitiva. A melhor parte da canção é a presença de Myke Towers que, apesar de ser batida, adiciona alguma personalidade. Em Vicio, Selena parte para o lado mais romântico do EP, mas a canção termina sonolenta e com uma composição tão ruim que fica difícil de acreditar que dez pessoas trabalharam na sua escrita. E esse problema de composição se repete em todas as faixas do projeto: gente demais para pouquíssima qualidade. Adiós acerta no tom mid-tempo entre sensual e a letra de dar um pé na bunda, porém, devido a sua produção sonolenta, o resultado final é arrastado e sem graça. Entretanto, nenhum momento de Revelación faz a gente se preparar para a bomba nuclear nível dez que é a presença da horripilante Selfish Love. Saindo completamente da ideia do EP, tirando o fato de ser cantada em partes em espanhol, a faixa é um electropop/EDM tão fraca como uma madeira corroida por cupins, irritantemente batida, sem graça, chata, repetitiva e com a produção do DJ Snake que faria corar o mais farofento dos DJs. Como dito anteriormente, o maior e principal problema da Selena são as escolhas equivocadas para cuidarem da sonoridade da cantora, pois talento não é o que falta.
notas
De Una Vez: 5
Buscando Amor: 5,5
Baila Conmigo (with Rauw Alejandro): 6
Dámelo To (featuring Myke Towers): 5
Vicio: 5,5
Adiós: 6
Selfish Love (with DJ Snake): 3
Média Geral: 5,1

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