12 de julho de 2022

Primeira Impressão

Urucum
Karol Conká





Quando a gente vê que um artista de talento irá lançar um álbum depois atingir o poço profissional ou pessoal é sempre esperado algo que realmente será um trabalho no mínimo sensacional. Esse era o hype de Urucum da Karol Conká ao ser o primeiro trabalho completo da mamacita depois da sua fatídica passagem pelo BBB. E olha que o hype era ainda maior devido ao lançamento de boas músicas, especialmente da ótima Diluvio. O problema, além da canção citada não fazer parte do trabalho, é que o resultado é apenas bom e, não, impactante como esperava.

Urucum é um álbum sólido, bem produzido e até apresenta personalidade, mas, infelizmente, o resultado final parece estar diluído entre boas ideias executadas de maneira aguadas e sem muito brilho distinto. É fácil ver as influencias brasileiras e internacionais na construção do álbum, mas a produção não consegue ir além do esperado para a mistura desses diversos gêneros e estilos que desaguam no álbum. É como se estivesse esperando um temporal, mas receber uma garoa branda. Faltou impacto para transformar o resultado final de Urucum em algo memorável. Boa parte dessa sensação vem das composições medianas para boas que compõem o álbum. Esperando profundas, densas e poderosas crônicas sobre a sua vida pós BBB, Karol entrega essas reflexões de forma rasas, pouco inspiradas e que não conseguem dar estofo para as faixas. O ponto alto do trabalho é a presença sempre potente de Karol que consegue tirar bons momentos até em canções que não está a altura do seu talento. Os melhores momentos de Urucum ficam a cargo do single Mal Nenhum apresenta “uma atmosfera grave que realmente parece apontar para a tentativa da rapper de explorar novos sons e melodias”, a clara influencia da música para capoeira em Fuzuê, a interessante e potente Se Sai e, por fim, a sexy R&B SlowUrucum é um bom álbum quando não se tem em mente toda a capacidade da Karol Conká e isso é um defeito bem grande.

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