21 de maio de 2023

Primeira Impressão

Cracker Island
Gorillaz




O projeto/banda Gorillaz sempre entregou projetos que, mesmo não fossem perfeitos, sempre foram excitantes. Em Cracker Island, o resultado é ainda bem acima da média e como momentos inspirados, mas desanda para uma apatia sonora atípica na discografia da banda.

Acredito que a principal razão para Cracker Island perder o entusiasmo para quem escuta é a decisão de explorar uma sonoridade mais indie pop/folk/alternativo que não combina em nada com a persona artística do Gorillaz. É interessante que Damon Albarn, o criado da banda, ao lado do produtor Greg Kurstin decida seguir nessas águas não exploradas, mas o bote que é construído não tem a força suficiente para ser uma viagem que corresponda ao hype. Boa parte do álbum parece uma espécie de demo esperando para ser elevada pela personalidade da banda e que, infelizmente, nunca chega esse momento, terminando como um álbum cheio de promessas que nunca sai desse lugar de expectativa. O que salva é a sempre espetacular produção técnica e o toque de excitação em alguns momentos chaves. Começa pelo abre-alas na super divertida synth-pop/funk Cracker Island com a presença do cantor Thundercat, a presença da lendária Stevie Nicks na gratificante e redondíssima Oil é um frescor inesperado para essa electropop/pop rock, New Gold é gostosa de ouvir devido a presença de Tame Impala e do rapper Bootie Brown e, por fim, a melhor canção fica por conta a contagiante e refinadíssima Silent Running com vocais de Adeleye Omotayo. Com dez faixa e menos de quarenta minutos, Cracker Island vai ficar marcada como uma obra menor na discografia do Gorillaz.

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