23 de julho de 2023

Primeira Impressão

Vilã
Ludmilla



O lançamento de Vilã não é feito para ser o que fará a Ludmilla conquistar o seu posto de estrela, pois isso a mesma já alcançou nos últimos anos com todo o seu mérito ao ter a versatilidade de expandir o seu leque sonoro para outros lugares. O quinto álbum da cantora é para dar ainda mais profundidade para as possibilidades da cantora de explorar estilos e gêneros bem diferentes com a mesma graciosidade. E o resulta funciona melhor que o previsto até que desanda.

A primeira parte do álbum que vai da primeira faixa até a sexta funciona bem ao mostrar o lado hip hop/rap/trap/latin pop/R&B dá certo, pois mostra certa ousadia e, principalmente, deixa claro a versatilidade da cantora. Não é de longe espetacular, mas, sim, bem feito, carismática e sólido. Da faixa sete para frente, o álbum parte para uma clichê, sem graça, repetitiva e batida tentativa de misturar funk, pagode, pop e eletrônico que usa os mesmo recursos pobres para tentar dar um apelo mais comercial para o álbum. Não funciona devido a que a própria Ludmilla tem o potencial de fazer melhor, terminando sendo como uma coleção de mais do mesmo que não acrescenta nada nessa incursão da cantora. Vilã poderia facilmente ser um EP que resultaria em algo mais limpo o conciso. De qualquer forma, Ludmilla consegue carrega todas as canções de maneira madura e completamente dona de si, especialmente quando flexiona músculos artísticos que não estão tão latentes. E o melhor deles é na ótima Brigas Demais com participação de Delacruz e GAAB que entrega um competente e sensual R&B/hip hop com uma batida classuda e viciante. Apesar de achar a letra de gosto duvidoso, Senta e Levanta tem uma interessante influencia latina/africana que funciona pela fluidez rítmica e a boa participação da rapper Stefflon Don. Nos momentos solo, a cantora realmente acerta na direta Nasci para Vencer “que segue um caminho com toques melódicos que exalam uma brasilidade forte e deliciosa. Não é exatamente algo do nível de um Racionais MC’s, mas Ludmilla carrega a canção com sobriedade”. Outros bons momentos é contagiante Sou Má com a ótima presença de Tasha & Tracie, a sexy e empoderada 5 Contra 1 e, por fim, a divertida mistura de pagode, reggaeton e eletrônico em Vem por Cima em parceria com Piso 21. Existe um erro, porém, que não posso perdoar é que a mesma grava uma canção chamada Make Love, uma ok pagode pop/funk, e não faz nenhum tipo de referencia ao “clássico” de mesmo nome da Inês Brasil é um pecado. Tirando esse meu devaneio, Vilã é uma adição importante para a história da Ludmilla ao deixar claro que a mesma é uma das mais versáteis artistas do mainstream brasileiro atualmente.


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