9 de julho de 2023

Primeira Impressão

PORTALS
Melanie Martinez




Sempre tento ao ir escutar um álbum abaixar todas as minhas pré-impressões que tenho sobre o artista para buscar a mais sincera reação sobre minha percepção. Entretanto, existe sempre algum residual que permeia a minha analisa, mas isso não quer dizer que, por exemplo, foi surpreendido positivamente e negativamente. Ao ouvir PORTALS, terceiro álbum da carreira da Melanie Martinez, tentei o melhor para abaixa minha guarda mesmo ainda tendo certas impressões sobre a cantora e a sua sonoridade. E o resultado foi exatamente o que esperava ao ser um dos piores trabalhos que escutei nos últimos tempo, mas, sinceramente, os motivos para chegar nessa conclusão realmente foram surpreendentes.

Depois de ouvir a tenebrosa DEATH, “uma tentativa de evolução sonora da cantora adicionando uma camada pesada de hyperpop/alt-pop para o indie pop ouvido anteriormente que termina sendo uma bigorna que afunda de vez”, imaginei que o álbum seguiria exatamente esse mesmo caminho. Todavia, entre uma explosão tenebrosa de pretensão e outra, o álbum é recheado de canções simplesmente entediantes. Produzido primordialmente por CJ Baran, o álbum tenta desesperadamente criar um conceito que reuni vida, morte, renascimento, saúde mental, reflexões, empoderamento, relacionamento, misticismo e outras coisas que termina sendo mais como um amontado de coisas que obviamente não vai a lugar nenhum e, pior, parece acreditar que está entregando algo realmente genial. Não só essa sonoridade já tenha sido feita melhor por várias artistas em diferentes momentos, mas também é necessário dizer que não existe uma maturidade real aqui ao soa completamente premeditado para quem escute e seja fã acreditar que seja a revolucionário. Na verdade, alguns momentos soam datados e é nesse momento que de irritante passa para entediante. Sério, alguns momentos do álbum dão vontade de tirar um cochilo de tão chato que as coisas se tornam para logo em seguida levarmos um soco de tanto exagerado se mostra o próximo momento. Entendo que a Melanie tenha usado as composições do álbum como forma de expiação ao serem trabalhos íntimos e pessoais, mas não há como não perceber a pobreza lírica que é apresentado durante todo o álbum. Tudo é muito literal ou tudo é muito figurado sem deixar espaços para o desenvolvimento de áreas cinzas que possam encapsular as ideias da cantora da melhor possível. O que é certo sobre as composições é tudo é ruim, clichê e de uma criatividade rasa igual a um pires. E o ápice da desgraça é em Moon Cycle ao falar sobre o seu ciclo menstrual com a mesma graça que um elefante em uma loja de cristais. A única canção que senti algo relativamente positivo é The Contortionist, pois é a única que parece minimamente interessante. E mesmo assim é uma faixa bem ruim. PORTALS é um álbum que definitivamente encontrou sua fanbase e isso é a única coisa positiva que tenho para falar. 


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