1 de julho de 2012

Primeira Impressão

The Idler Wheel Is Wiser Than the Driver of the Screw and Whipping Cords Will Serve You More Than Ropes Will Ever Do
Fiona Apple

O que falar de um álbum como o de Fiona Apple? Genial? Esquizofrênico? Brilhante? Insano? Que tal: tudo isso e mais um pouco.

Desde que foi revelada em 1996 com o aclamado Tidal, Fiona se tornou uma das "rainhas" do mundo indie apesar do sucesso no mundo mainstream. Uma artista complexa em todas as suas características, Fiona ficou sete anos sem lançar um trabalho (o último foi em 2005 com Extraordinary Machine). Esse ano ela resolver sair da toca e lançar The Idler Wheel... (outra característica dela são os nomes gigantescos para os álbuns) que vem recebendo as melhores criticas da impressa especializada no ano até agora. E devo dizer que merece, mesmo não sendo exatamente fã. The Idler Wheel... não é para todos. Fique claro isso, pois quem só curte eletropop e CIA vai achar uma merda a sonoridade minimalista de Fiona. Nisso é que o álbum encontra seu maior brilho na construção impecável de arranjos impressionantes que usam e abusam de sons e instrumentos inusitados para criar uma excepcional, intrigada e poderosa rede de sonoridades. Esse ano vai ser difícil ver um artista tão preocupado em ir além do que se pode ir e chegar um pouco mais além do que a gente imagina. Devo dizer que fiquei boiando um pouco nas complexas composições de Fiona, mas aos poucos as texturas de cada canção vão ganhando forma na minha cabeça. Trabalho provocante e de inteligência refinada. Vocalmente, Fiona não precisa de muita coisa para se encaixar no meio dessa loucura. Dona de uma voz poderosa que poderia ser usada para pop de primeira qualidade, mas Fiona não se  entrega nada para o caminho fácil. Performances avassaladoras e cheias de personalidades em cada canção. Não tem com ressaltar faixas como melhores, pois The Idler Wheel... é um trabalho para ser escutado inteiro. Depois você pode escolher qual adjetivo melhor se encaixa para a definição do trabalho de Fiona. Contudo, uma coisa é certa: não é um trabalho para ser esquecido.

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