24 de junho de 2013

Primeira Impressão

Talk a Good Game 
Kelly Rowland

Acredito que o novo álbum da Kelly Rowland é o trabalho que redefini definitivamente a carreira da ex-Destiny's Child colocando ela em trilho que ela já deveria ter entrado faz tempo. Não que Talk a Good Game será um grande sucesso de vendas ou coisa parecida, mas só de apenas mostrar realmente o verdadeiro potencial da Kelly como artista solo já vale bastante a pena.

O primeiro e maior acerto dela em relação a Talk a Good Game é exaltá-la como uma verdadeira cantora R&B. Não que ela mande bem quando no pop, principalmente quando ela acerta como em When Love Takes Over e Commander, mas o DNA dela está impregnado do estilo e não tem como ela fugir. Claro, quando se não dar os utensílios necessários para ela tirar o melhor, tudo pode acabar em um grande desastre Contudo, Talk a Good Game é uma celebração extremamente bem produzida do que podemos chamar de um "ótimo R&B comercial". Kelly finalmente parece ter entendido o que deveria fazer e chamou um time gabaritado no soul music (destaque para o The-Dream e o Pharrell) para construir uma sonoridade em que coloca o R&B em primeiro lugar sem esquecer-se de colocar pequenas doses bem vindas de pop e outros estilos. A produção traça um caminho sólido ao entregar faixas inspiradas, bem produzidas e com um refinamento impressionante sabendo dosar pegadas sonoras e cadencias diferentes sem deixar Talk a Good Game como uma colcha de retalho. O tom mais pessoal dá a atmosfera das composições do álbum que fala em especial de desilusões amorosas. Boas letras e, em alguns casos, trabalhos excepcionais marcam Talk a Good Game onde Kelly mostra sua capacidade vocal em performances perfeitas alterando para se adequar melhor em cada uma sem precisar extrapolar querendo mostrar alcance vocal ou qualquer acrobacia vocal fora de lugar. Não há dúvidas que a melhor canção do álbum é Dirty Laundry, mas há vários outros momentos de destaque como a regravação da canção Freak do cantor/ator Jamie Foxx, a ótima Down On Love, Red Wine com influência dos anos '70 e '80, Sky Walker com o The-Dream e a parceria com as companheiras de Destiny's Chil, Beyoncé e Michelle (reparem que até aqui essa última é sempre a "terceira" e menos importante). Infelizmente, Kisses Down Low por sua temática sexual demais e Stand In Front of Me que não sabe se é old fashion ou moderna e acaba perdendo qualidade. De qualquer forma, Talk a Good Game é o renascimento de Kelly Rowland e merece todo o crédito e elogios possíveis.

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