18 de setembro de 2022

Primeira Impressão

Finally Enough Love
Madonna




Entre todas as façanhas que a Madonna alcançou na sua carreira é o fato de ter lançado não apenas uma coletânea/compilação/greatest hits, mas algumas de imenso sucesso comercial. The Immaculate Collection que compilou os sucessos entre 1983 até 1990 é o mais famoso, pois, além de ter vendido 30 milhões de cópias e ser o mais vendido desse gênero até hoje, é criticamente aclamado. Mais de trinta anos depois, a cantora marca outro feito importante da sua carreira ao celebrar os cinquenta números um na parada Dance Club Songs com o lançamento de Finally Enough Love.

Essencialmente uma parada destinada normalmente as canções em suas versões remixes, a parada tem importância em especial no começo da carreira da cantora já que dava a noção de quais músicas eram as mais tocadas nas boates dos Estados Unidos. A versão original da compilação apresenta as cinquenta canções que chegaram ao topo da parada, mas nessa resenha será focada na versão “resumida” com apenas dezesseis faixas. É interessante analisar quais as canções escolhidas para essa versão de Finally Enough Love, pois as escolhas não cobrem exatamente toda a trajetória da carreira da Madonna. Não há nenhuma canção saídas das de Like a Virgin e True Blue e várias de álbuns recentes da cantora que, sejamos francos, não tem um pingo da importância e qualidade. A única que realmente se justifica estar aqui é a I Don't Search I Find, pois foi a 50° canção a alcançar o posto de número um e, por isso, a sua inclusão é até esperada. Outro problema é a inclusão da versão de Vogue. Obviamente, o motivo é o fato dessa versão ser a que hitou no Dance Club Songs, mas para a versão resumida não valeu a pena já que apenas uma versão editada do single original com uma pegada mais dançante. Teria sido melhor colocar o ótimo remix de Justify My Love pelo William Orbit. De qualquer forma, as escolhas para essa versão de Finally Enough Love podem não ser coerente ao contar a história da carreira de Madonna, mas, felizmente, guardam ótimos momentos.

Analisando mais friamente as escolhas contemporâneas das canções é fácil notar que o motivo dever ser o fato das versões remixes serem melhores que as originais. Em Give It 2 Me, o DJ/produtor Eddie Amador fez um bate cabelo da melhor qualidade em uma produção que dá para canção a força que a canção original carece desesperadamente. Entretanto, o melhor trabalho fica por conta de Offer Nissim que é o único nome com dois canções nessa versão. Apesar de ser uma das canções melhores da recente carreira da Madonna, Living for Love ganha um verniz grandioso, excêntrico e delicioso para o resultado final. E, queridos leitores, o DJ transforma Medellín em canção realmente interessante devido a sua reconstrução com elementos orientais e uma batida bem mais substancial que poderia facilmente ter sido lançada. Apesar desses ótimos esforços, os melhores momentos de Finally Enough Love ficam por conta dos clássicos e, especialmente, as faixas que não são exatamente um remix como conhecemos atualmente. Versão incluída no primeiro compilado de remixes da Madonna (You Can Dance de 1987), o remixe de Into the Groove não altera drasticamente a original, mas adiciona nuances suficiente para dar uma cara nova que apenas agrega ao resultado final. Outro momento que segue essa mesma premissa é Express Yourself que sem alterar profundamente consegue incluir elementos interessantes o suficiente para se tornar um remix a altura. Tenho que admitir que apesar de gostar da versão de Like a Prayer que se encaixa na “temática” da compilação, o remix é inferior em relação alguns trabalhos lançados na mesma época. Entre as canções que estão do outro do espectro ao terem resultados bem diferentes das originais que posso citar estão a versão club de Frozen que acerta ao preservar os vocais icônicos da Madonna, a reconstrução de Music com uma batida deep house e, por fim, a grandiosa versão remix para Hung Up. Essa versão “edit” de Finally Enough Love não conta exatamente a história da Madonna ou mesmo da música pop/eletrônica/house, mas é uma entrada apetitosa para um banquete para aqueles que querem embarcar na jornada de cinquenta canções da compilação original.

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