Pabllo Vittar
Ao chegar no seu quinto álbum, a Pabllo Vittar confirma outra vez o seu lugar dentro do panteão da música mainstream brasileiro ao entregar o seu mais coeso trabalho até o momento. Entretanto, a sonoridade da artista continua a sofrer do mesmo problema: a brevidade.
O “conceito” de Noitada, quinto álbum da carreira da Pabllo, é interessante e até bem realizado: uma playlist de canções que iremos ouvir na balada, especialmente aquela dedica a música eletrônica/pop/dance e voltada a o “povo animado” LGBTQI+. E isso que o álbum entrega do começo ao fim ao ser uma coleção energética, divertida, carismática e variadas de várias sonoridades que podemos escutar em noitada. Entretanto, o grande problema que não deixa o álbum levantar voo plenamente é que como apenas vinte e um minutos de duração, o resultado é extremamente rápido e rasteiro. Quando a gente realmente embarca nessa jornada, Noitada termina de maneira abrupta e completamente anticlimática. E isso é culpa da duração de todas as canções que nem chegam a três minutos, deixando várias mais como como um projeto de boa canção que uma faixa realmente finalizada tecnicamente e criativamente. E isso vem permeado a sonoridade da Pabllo desde o começo, mas também é basicamente o grande problema de parte do mainstream nacional. Uma verdadeira pena, pois o álbum poderia ser ainda melhor se tivesse mergulhado fundo na sua própria ótima ideia. Todavia, existem alguns momentos que revelam o que realmente o verdadeiro potencial do álbum.
O melhor deles é a sensacional AMEIANOITE ao lado da Gloria Groove: “de longe, a canção é a melhor da carreira de ambas artistas ao entregar algo que venho sempre citando aqui para o pop no Brasil ao pegar um ritmo nacional (funk) e misturar com um elemento pop (house) e criar uma explosiva, divertida, elétrica e simplesmente viciante que se sustenta perfeitamente do começo ao fim. Obvio, essa decisão de produção já foi feita em várias outras canções brasileiras, mas em AMEIANOITE mostra o quanto o atual cenário pop nacional precisa desse tipo de canção, especialmente devido a qualidade por trás da construção da ótima qualidade. E, felizmente, os outros elementos não desapontam em nenhum momento”. Outros bons momentos do álbum ficam por conta da descarada Penetra ao lado do artista O Kannalha, a funk/electropop Apetitosa em parceira com MC Tchelinho e, por fim, a viciante Descontrolada que é “uma excitante e bem construída mistura de house, funk e electropop que funciona melhor que o esperado que consegue ser explosiva, divertida, carismática e despretensiosa. Não é uma revolução, mas mostra a evolução da sonoridade da Pabllo e a sua versatilidade. E a outra qualidade é a presença sensacional da MC Carol que praticamente rouba os holofotes com a sua presença magnifica e grandiosa”. Noitada poderia facilmente ser um EP que abre os trabalhos para um álbum que pudesse concluir as ideias iniciadas, mas como álbum mostra a evolução ainda inacabada da Pabllo. E é o que tem para hoje.
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