9 de março de 2023

Primeira Impressão

RUSH!
Måneskin


Uma das sensações dos últimos tempos é a banda italiana Måneskin que conseguiu furar a bolha mainstream e estourar mundialmente, rendendo uma indicação ao Grammy de Best New Artist. Segundos colocados na versão da Itália do The X Factor, a banda tem a prerrogativa de ter ajudado a bombar o rock entre o novo método de sucesso: os virias das redes sociais. Entretanto, o Måneskin não é exatamente a salvação do rock artisticamente, pois estamos diante de uma banda comercial e sonoramente limitada. E isso é observado no terceiro álbum da banda RUSH!.

RUSH! é como tomar tequila barata: na hora dá um barato, mas logo em seguida deixa um gosto esquisito na época e, principalmente, o “rebote” é bastante complicado. E o principal motivo para essa forte sensação é o fato que a produção entrega um trabalho comercial, raso, clichê, previsível e sem profundidade possível ao ser quase uma coleção de gravações que tentam imitar o mais variado leque de artistas rock, indo do pop rock ao glam rock, passando pelo indie rock e hard rock até chega o punk e alternativo. Tudo parece completamente requentado, repetido e sem nenhum pingo de criatividade, sendo o famoso rock de boutique feito para hitar nos tiktoks da vida. E, queridos leitores, existem alguns momentos que realmente chegam no fundo do poço do mais nível de vergonha alheia como, por exemplo, na terrível BLA BLA BLA. E tudo isso poderia fazer o álbum ser uma verdadeira bomba atômica de proporções irreparáveis, mas, por sorte, RUSH! é tem a qualidade de ser principalmente inofensivo, isto é, não necessariamente ofende ninguém que não seja o mais purista dos fãs do rock.

Måneskin é uma banda jovem, cheios de boas referencias e que parecem que não se levam muito a sério no sentido de seguirem o que acreditam sem dar muita atenção as críticas. E isso é ouvido em RUSH!, pois a banda parece se divertir em ser essa mistureba de rock, tentando buscar influencias de tantos nomes que tem hora parece uma cacofonia sem nenhum sentido. Quando isso alcança um nível realmente interessante, o álbum entrega momentos divertidos como é caso da pop rock Supermodel “com produção do Max Martin, Rami Yacoub e Sly tenta repetir as mesmas características que fizeram as canções citadas estourar ao ser uma power pop rock facilmente hitavél e com cara de viral. Felizmente, o resultado é até acima da média devido a produção limpa e direta que sabe o que quer e não tenta ser mais do que realmente é”. Entretanto, o que realmente salva o álbum é a boa qualidade técnica/instrumental e os bons vocais de Damiano David.

Mesmo quando RUSH! chega no fundo do poço, a qualidade instrumental do álbum é realmente elogiável, pois consegue dar estrutura sonora e consegue revelar que a banda pode ser bem melhor caso tenha em mãos um material de qualidade. E, mesmo abusando dos clichês vocais, Damiano é um vocalista com presença suficiente para segurar todas as canções com alguma personalidade. O ápice dessas qualidades e também do álbum é a boa The Loneliest “uma tradicional power balada pop rock muito bem feita e, principalmente, que entrega exatamente o que promete sem mais ou menos. Não é algo revolucionário e muito menos que irá mudar a mente de quem não gosta da banda, mas é um trabalho honesto, direto e que cumpre todas as expectativas de quem espera nada mais que uma competente power balada pop. E isso a banda faz de maneira até fácil. Com uma composição melancólica, tocante e um refrão perfeito para ser cantado a plenos pulmões, The Loneliest é ajuda mais pela poderosa e sensacional performance vocal Damiano David”. Existem um erro que não consigo deixar passar é o fato de ter poucas canções em italiano, pois é onde que a banda se dar melhor apesar de entender que, devido a atender um mercado internacional, é um trabalho com a maiores das canções em inglês. Isso não deixa o fato que os momentos mais naturais da banda são na sua lingua de origem com na eletrizante La fine que “o grande trufo da canção é a composição em italiano que deixa bem claro que o Måneskin consegue transitar entre idiomas de maneira a não privilegiar um lado com a sua lírica acida”. Outros bons momentos são Gossip com participação do guitarrista Tom Morello, Gasoline e sua vontade de ser do Fall Out Boy e, por fim, If Not for You e a sua áurea The 1975. RUSH! deve ter as mesmas lembranças de uma ressaca de tequila barata: vergonha alheia, arrependimento e alguns boas memorias que até vale a pena.



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