17 de dezembro de 2023

Primeira Impressão

Playing Robots into Heaven
James Blake



Para quem acompanha o blog sabe que tenho um grande apreço pela carreira do James Blake. E é por isso que escutar Playing Robots into Heaven, sexto álbum da sua carreira, é uma experiência inusitada já que o artista dá uma guinda na sua sonoridade ao partir para um caminho experimental.

Sexto álbum da carreira do britânico, Playing Robots into Heaven tem a sua melhor definição é que o artista fez um álbum remix/desconstrução/experimental de um material novo. E isso o que quer dizer de fato? A produção do próprio artista valoriza mais a forma do que o conteúdo, deixando de lado as construções líricas para dar mais espaço para as construções instrumentais. Não que não exista um trabalho lírico, mas, sim, esse é reduzido bastante para que Blake possa investir numa exploração de texturas, nuances e sons em uma rica, elegante, inspirada e concisa mistura de eletrônico, trip hop, experimental, uk garage, uk bass e até mesmo dancehall. Para quem acompanha a carreira do cantor, porém, sabe que não existe nada de novo sob o Sol referente a qual o caminho que é tomado. Existe sim uma “animação” para criar batida mais dançantes do que trabalhos anteriores que estavam ligados mais para mid-tempos. Por isso, o álbum funciona bem como sendo uma experiência que deve ser ouvida completa para entendermos todo o contexto que é presente. O problema em Playing Robots into Heaven é que existem poucos momentos de destaque solo que podem se elevar em relação ao resto do álbum, criando aqueles pontos brilhantes que o artista sempre trouxe nas suas obras. Os melhores momentos do álbum ficam por conta da refinadíssima Loading, a construção atmosférica e densa de Tell Me, o instrumental inspirado de I Want You to Know e, por fim, a beleza melancólica de Fire The EditorPlaying Robots into Heaven é uma interessante adição a discografia do James Blake em que o mesmo continua a sua jornada ao mesmo tempo que dá uma mudada de ares. 


Nenhum comentário: