3 de dezembro de 2023

Primeira Impressão

Fanfare
Dorian Electra



Sabe quando tudo de bom demais pode ser um problema? Então, Fanfare du Dorian Electra sofre exatamente desse mal já que termina sendo um compilado excitante e exagerado de uma sonoridade que precisaria de algumas aparas em vários momentos.

Terceiro álbum da sua carreira, o álbum é um elétrico, explosivo e divertido trabalho que mistura hyperpop, industrial rock, electropop e indie pop em uma sonoridade gigantesca. Essa decisão é completamente compreensível devido ao que a sonoridade que apresentar ao ser grandiosa, cacofônica e de uma atmosfera que parece que vai explodir nossos ouvidos. E isso funciona na primeira metade do álbum, mas tudo perde força na sua metade final devido exatamente da sua força exagerada. Faltou dar para a sonoridade do álbum nuances que pudessem criar uma jornada com altos e baixos, nuances e saídas que quebrassem expectativas. É como a gente fosse levado a uma corrida em linha reta que apesar da adrenalina da velocidade é deixado de lado a graça de explorar as variações de uma estrada com suas curvas, bloqueios e atalhos.

Por isso, quando a gente está nessa loucura inicial é ótimo, mas vai ficando cansativo com o passar do tempo. Ainda resulta em um álbum divertido ao extremo, porém, certa graça é perdida devido a e tornar previsível e meio arrastado. Outro erro é a produção vocal do álbum. Mesmo gostando da maioria das decisões para as performances de Dorian, o resultado final é atrapalhado por decisões equivocadas que querem criar uma personalidade distinta para a voz du artista, mas atrapalham o andamento da canção e, algumas vezes, tornam difícil entender o que está sendo cantado. Gosto do tom sexual, provocativo, ácido, levemente vulgar e bem construídos das composições, mesmo que ainda tenha faltado certa profundida em momentos que poderiam ser ainda mais espetaculares. Freak Mode é um desses ótimos momentos líricos que representa bem o espirito de todo álbum “que é construída na base da fusão entre o trash com o campy como um bom filme do John Waters”. Todavia, o melhor momento do álbum é ótima Sodom & Gomorrah “que entrega uma sensual, ácida e eletrizante mistura de pop rock, industrial com hyperpop que combina com a intenção da canção, adicionando uma deliciosamente indecente camada de sexualidade perfeita para a canção”. Na mesma medida está a canção que abre o álbum na envolvente Symphony e um pouco inferior, mas ainda interessante, está a batida marcante Idolize que lembra um pouco os trabalhos da Charli XCX. Uma demais para ser sensacional, Fanfare é ainda um trabalho que faz du Dorian Electra ser tão memorável. Apenas precisou de um pouco de controle ao final.


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