Sega Bodega
Com o meu trabalho no blog por todos esses anos conseguir desenvolver a noção que nem sempre um álbum que considero bom é necessariamente um álbum que eu pessoalmente vou gostar. Achar qualidades aonde existem de verdade, tentando deixar de lado minha visão intima é algo que tenho que admitir é um dos meus orgulhos. E isso se reflete na minha impressão do trabalho do produtor/DJ/cantor Sega Bodega no álbum Dennis.
De uma maneira resumida, a sonoridade ouvida em Dennis é uma fusão entre eletrônico alternativo, glitch pop, art pop e R&B alternativo que resulta em um trabalho denso, obscuro, estranho e inteligente. E isso é uma sequência de elogios que poucos artistas conseguem obter em um álbum apenas, dando um pouco do quadro geral do o Bodega entrega aqui. Tenho que admitir que, infelizmente, o trabalho não é exatamente algo que vai me fazer voltar vária vezes para escutar suas faixas, pois apresenta uma atmosfera que não é exatamente o que quero como algo que escuto no meu dia a dia. E isso não é problema nenhum, pois felizmente consegue apreciar o trabalho pelo o que ele é de verdade: um instigante e único trabalho de musica eletrônica.
Existe um ponto que preciso ressaltar que faz com que Dennis não seja melhor ainda é a sua brevidade. Não é como a brevidade que venho falando de trabalhos que quando parecem começar já terminam, mas, sim, de perceber que várias faixas poderiam ser maiores para elevaram a já interessante base de ideias e realizações concretas. Outro ponto que preciso apontar é que nem sempre funcionam as produções vocais das canções que tem letras, mesmo entendo as decisões por trás perfeitamente. Tirando esses dois problemas, Dennis se mantem em alta devido a inteligência de Bodega em adicionar camadas, nuances e texturas para a canções. Existe uma sequencia inspirada de três canções do álbum que traduzem bem o espirito do álbum: Elk Skin e a sua espirituosa introdução, a batida insana de Kepko e, por fim, a contemplativa Dirt. Fora dessa trindade, outros momentos de destaque ficam por conta de True e sua espirituosa atmosfera e, por fim, o fechamento do álbum com a delicada Coma Salv. Sega Bodega faz com Dennis um lembrete de que boa música sempre será boa música, mesmo não sendo boa para a gente em particular.
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