13 de outubro de 2024

Primeira Impressão

Harlequin
Lady Gaga




É curioso notar o momento da carreira da GaGa está passando no momento. De um lado, o seu nome é considerado um dos maiores da indústria e a mesma vive um dos seus maiores picos de sucesso comercial com o desempenho de Die with a Smile ao lado do Bruno Mars. Do outro lado, porém, a carreira da atriz chega no seu pior momento devido ao fracasso retumbante e histórico de Joker: Folie à Deux em que, mesmo não tendo culpa, seu nome para o cinema estará sempre associado com esse desastre. E é dessa vertente que vem o álbum Harlequin, inspirado na sua personagem.

Tenho que já apontar que o trabalho está bem longe de ser um acerto pleno, mas também está bem longe de ser uma bomba. Na verdade, seu o filme tivesse o mesmo nível de qualidade que o álbum é possível que teríamos um resultado bem menos vergonhoso. Harlequin é o primeiro trabalho jazz/big band da cantora sem ter a presença do lendário Tony Bennett. E a discipula aprendeu bem, pois a escolha do repertorio é a par com que foram ouvidos dos dois trabalhos anteriores. Entretanto, o resultado fica um pouco aquém devido algumas escolhas de produção para faixas que deveriam ser o grande destaque do álbum. Além disso, mesmo entendendo que a escolha das canções é em sobre a relação que a GaGa teve com a personagem e a história do filme, fica a questão no ar que como várias canções teriam associação com a personalidade da personagem icônica dos quadrinhos, mesmo que essa seja uma versão especifica. Mesmo com esses deslizes, a produção do álbum que é comanda pela GaGa ao lado de Benjamin Rice é extremamente sólida, coesa e respeitosa com o material em mãos, especialmente ao dar o tratamento instrumental digno e edificante que o material merece. Todavia, a grande qualidade do álbum é a presença magica e magistral da cantora que novamente se mostra uma verdadeira interprete versátil, classuda e elegante. O grande momento do álbum acontece bem no seu final quando a GaGa entrega duas canções realmente interessantes: primeiro, a balada original em Happy Mistake que, apesar de poder fazer parte de qualquer outro filme, apresenta uma cantora contida e emocional e, em segundo, That's Life que finaliza o álbum no clímax perfeito e apoteótico com uma entrega inspirada da cantora. Outros bons momentos ficam por conta de Get Happy em que a cantora emoldura a sua versão da Judy Garland, That's Entertainment e o seu clima musical delicioso, a sua versão delicada do clássico Smile e, por fim, The Joker que é mais uma balada pop rock. Acho que eventualmente, a GaGa vai se recuperar desse imenso tombo na carreira de atriz, mas é sempre bom ver que a mesma continua a proporcionar momentos interessantes musicalmente.



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