27 de outubro de 2024

Primeira Impressão

143
Katy Perry



Acredito que chutar algo que está já está morto e enterrado é meio crueldade, mas preciso dar meios dois tostões no que é um dos maiores desastres do pop em muitos anos: o infame 143 da Katy Perry.

O que deveria ter sido o retorno triunfal de uma das maiores artistas pop dos últimos vinte anos é basicamente o equivalente ao desastre de Joker: Folie à Deux, mas que não há nenhum vislumbre de possibilidade de ter algo positivo como, por exemplo, a presença de alguém talentoso com a GaGa. 143 não é exatamente o pior álbum do ano, mas faz todo o esforço para ter essa alcunha. Todavia, o álbum é sem nenhum duvida o mais sem criatividade que eu ouvi em muito, muito, muito tempos. É claro que Katy estava com vontade de voltar aos áureos tempos ao se reunir novamente com o produtor que não merece menção, pois é dele os maiores e melhores momentos da sua carreira. Só que isso não vale a pena moralmente e muito menos artisticamente já que esqueceram de avisar que é preciso existir uma evolução/amadurecimento sobre a sonoridade que se pretendia fazer e isso fica bem claro durante a meia hora de agonia ouvindo o trabalho.

Ultrapassado, previsível, mecânico, sem alma, repetitivo, sem graça, datado, raso, irritante e completamente vergonhoso são apenas alguns das possíveis definições para o álbum, mas o que me chamou mais atenção foi a incapacidade da produção de encontrar qualquer traço criativo para adicionar na mistura do álbum. E é claro que fica a sensação que tudo foi jogado em um programa de inteligência artificial que não foi atualizado com as tendencias dos últimos dez anos, pois tudo aqui soa como sendo a cópia barata de uma artista tentando copiar a própria Katy na sua glória. Tenho que admitir que apesar de esperar o pior nada me preparou para a metade final do álbum em que o público é contemplado com uma sequência de canções que parecem ser uma grande massa sem forma de uma mesma canção que foi divida em faixas diferente em um dos momentos mais terríveis que meus ouvidos já tiveram o desprazer de presenciar. E a cereja por cima de tudo é são as composições de baixíssimo nível que encontra seu ponto alto no verso “Is it a crush? Makin' me blush” na tenebrosa Crush. Acho que depois desse desastre nuclear, a Katy Perry não dá para ir mais para o fundo o poço. Será?


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