20 de abril de 2025

Primeira Impressão

So Close To What
Tate McRae


Sempre que vou avaliar um álbum ou música, procuro estar de coração e mente abertos para não trazer às minhas análises preconceitos prévios sobre o artista ou expectativas do que encontrarei no trabalho. Contudo, de tempos em tempos, me deparo com um álbum que, mesmo com esse esforço mental, acaba confirmando minhas "impressões" ao final da audição. Esse é exatamente o caso de So Close To What, de Tate McRae.

Terceiro disco da carreira da cantora, o projeto surge na esteira de Think Later, que contribuiu para consolidar seu sucesso comercial, mas que ainda não apresenta nada que estabeleça Tate como uma força criativa autêntica, além de ser uma boa dançarina. É preciso reconhecer que o álbum mostra uma evolução em relação ao anterior, especialmente devido ao trabalho mais sofisticado na produção, que consegue trazer alguma identidade mais consistente ao resultado final. Porém, isso não significa muito, já que, em comparação ao que foi exibido antes — que consistia em “uma coleção de músicas insossas, genéricas, pouco criativas e, por vezes, exasperantes” — qualquer mínimo traço de inventividade já representa um avanço.

Mais uma vez, Ryan Tedder é o principal nome por trás do álbum e entrega, como de costume, uma mistura pasteurizada, genérica, datada, sem apelo e entediante de electropop, dance-pop e R&B. Essas composições tentam buscar inspiração em nomes como Nelly Furtado e Britney Spears, mas jamais fazem jus a essas referências, carecendo de algo realmente empolgante para oferecer. Entretanto, o grande e inegável problema do disco é a presença de Tate McRae.

Acredito que, nas mãos de uma intérprete verdadeiramente talentosa, esse material poderia até ter se transformado em algo mais interessante, já que as músicas seriam defendidas de forma mais apropriada, com uma personalidade que fosse além da de uma batata assada sem tempero, como parece ser o caso de Tate. E, caros leitores, é uma verdadeira tortura ouvir a cantora se esforçando para interpretar as faixas de forma que elas pareçam ter alguma profundidade ou identidade, algo que sua performance vocal simplesmente não entrega. Sua voz é limitada, frágil e completamente esquecível. E se você enfrenta dificuldades para soar bem em estúdio — mesmo com toda a pós-produção para corrigir imperfeições —, isso deixa claro que você não é uma vocalista genuína. Essa impressão é ainda mais evidente ao assistir uma apresentação ao vivo da artista. É constrangedor. O único instante minimamente interessante do disco é It’s ok I’m ok, que admito “acerta sonoramente ao tentar algo ligeiramente diferente. Porém, ao analisar com mais atenção, percebe-se que It’s ok I’m ok é apenas um aglomerado bem montado de ideias já exploradas inúmeras vezes, sem acrescentar nada de novo ao conjunto”. So Close To What cumpre, pelo menos, a expectativa: mediano em todos os aspectos.

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