Wonderland
Mirrors
Natalia Kills
Há algum tempo eu fiz um especial para falar sobre os novos talentos e pedi para vocês indicarem novos rostos para serem resenhados aqui no SóSingles. É hora de começar a falar sobre essas indicações, começando pela britânica Natalia Kills.
Mesmo sem ainda não alcançar o grande público, Natalia Kills vai despontando como um dos nomes que devem ser observados para os próximos anos. O principal fator é que ela chamou a atenção de nomes importantes como o Will. I. Am, Fernando Garibay e o Akon. Esses dois últimos ajudaram a construir a carreira de Lady GaGa. Além disso, Natalia vem mostrando seu potencial com o lançamento do álbum Perfectionist.
Dona de um estilo único, Natalia lançou como segundo single de seu álbum de estréia a canção Wonderland que já entra na lista das melhores canções do ano. A canção é uma obra de arte pop com uma sonoridade avassaladora. É pop, mas não é chiclete. É dançante, mas não é de fácil absorção ou feito para tocar em qualquer rádio que toca Britney, Ke$ha ou Avril. Natalia meio que cria um novo subgênero, o pop dark. Com uma intensidade rara e deliciosa, Natalia não tem medo de brincar com clichês em citações claras e nada profundas. A letra tem uma artificialidade latente, mas é isso que Natalia quer fazer. Ser o que quer ser. Fútil, rasa e despretenciosa. E assim ela atravessa a superfície e entrega uma letra poderosa e cativante. É difícil não viciar no refrão simples, mas hipnotizador. A voz de Natalia não é exatamente genial, mas há algo nela que é marcante. É a "girl next door", mas transformada em uma vampira gótica e sem emoção. Não que isso seja defeito. Expressar sentimentos de forma contida é mais difícil que emocionar. A produção do arranjo cria uma canção atemporal. Poderia ter sido feita no meio dos anos noventa com alguma artista underground ou mesmo a rainha do Pop em alguma mudança de estilo. Simplesmente "fodona".
Apesar de mostrar todo seu potencial, Natalia ainda precisa crescer. O primeiro single de Perfectionist mostra isso. Mirrors mostra certa insegurança de Natalia. Produzida pelo Akon, o single é uma mistura de "Sweet Dreams (Are Made of This)" com Lady GaGa. Mesmo sem decidir qual sonoridade seguir, Natalia mostra que ao menos sabe que está na trilha certa. Mirrors continua no clima mais dark com pitadas de sensualidade crua combinados com os vocais ainda vacilantes tentando achar sua personalidade. O grande trunfo é ser um pop mais elaborado e menos radiofônico. Espero que assim como a Lady GaGa que eu pude fazer uma resenha muito antes dela estourar e virar o que é hoje, esse seja o começo de uma história bem longa com a Natalia Kills. Talento ela tem, só falta o "boom".
nota
Wonderland: 8,5
Mirrors: 7
Um comentário:
Olha, eu a descobri faz um tempo e não achei tudo isso que você disse não. Achei sua voz muito trabalhada no auto-tune e seu estilo muito falso e forjado, como uma Kesha dark.Enfim eu não gostei dela mas gosto é gosto.
Uma cantora que alguns dizem que é pop-dark também é uma chamada Clare Maguire, que eu achei muito melhor, tem mais estilo e uma voz muito boa (lembra Annie Lennox), acho que você deveria dar um molhada se não a conhece.
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