19 de novembro de 2012

Primeira Impressão

The 2nd Law
Muse


Se perder na sua própria grandiosidade pode ser um perigo para artista com grande talento. Isso quase acometeu a banda Muse, mas por pouco eles salvaram o álbum The 2nd Law.

A banda sempre foi conhecida pela fusão de vários estilos musicais basicamente entre os subgêneros de pop e rock e não seria diferente em The 2nd Law. Acontece que eles quiseram usar o maior número de estilos possíveis em apenas um álbum com 13 faixas apenas. Há tudo o que você pode pensar: eletrônico. dubstep, pop, heavy metal, rock progressivo, rock alternativo, música clássica, metal progressivo e muitas outras. Tudo batido em batedeira que não girou muito já que nesse trabalho não houve uma grande mistura real dos estilos. Cada canção tem uma pegada diferente e isso acaba de transformar o álbum em uma colcha de retalhos. Acontece que mesmo com esse grande defeito o Muse ainda consegue surfar na superfície mostrando a qualidade deles como banda: The 2nd Law é um trabalho perfeito de instrumentalização. Cada canção ganhou um trabalho cuidadoso de produção instrumental que cria espetáculos épicos. Um deslumbre para os ouvidos. Outro ponto alto é o sempre avassalador Matthew Bellamy nos vocais. Não é por menos que ele é considerado um dos grandes vocalistas modernos do rock. É impressionante ouvir o que ele consegue fazer e deve ser mais ainda nos shows. Como composição o álbum é até legal, mas as posições políticas de Matthew atrapalham quando ele tenta ser literal com em Explorers que começa deslumbrante e termina em um panfleto ecológico meia boca. O mais curioso disse tudo é que a melhor canção do álbum é Prelude, uma introdução de apenas 57 segundo sem nenhuma letra só com um arranjo simplesmente genial que poderia estar em algum filme épico. Há outros ótimos momentos na esquizofrênica e grandiosa Supremacy, na dançante Madness (resenha a seguir) e em Panic Station, muito parecido com o trabalho do duo The White Stripes. A alcunha de pior fica com Liquid State uma remendo de estilos despedaçados. Um trabalho interessante, mas que não vai marcar definitivamente como o próprio talento da banda.

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