9 de setembro de 2017

Samba. Bossa. Jessie. Baby.

Selfish Love
Jessie Ware

Coincidência ou não, algumas coisas aparecem aqui no blog que, sem a minha intenção, levam diretamente para outras. Explico: recentemente falei sobre as vantagens da influência da sonoridade brasileira na construção de canções pop e aqui estamos de novo para, não apenas falar, mas para elogiar o quanto isso pode ser enriquecedor de verdade ao analisar o novo single da cantora Jessie Ware.

Selfish Love, antes de tudo, é o tipo de canção que não nos conquista de primeira. Segundo single do próximo álbum de Jessie, a canção vai entrando nos ouvidos na cadencia quebrada e convidativa da sonoridade. Essa que, por sua vez, foi construída utilizando boas doses de bossa nova, pitadas de sambas e um toque de música latina. Não ache, porém, que a cantora resolveu radicalizar e seguir a onda do momento, pois Selfish Love é na sua essência uma mid-tempo R&B envolto em todos esses outros gêneros, remetendo um pouco a sonoridade da banda Sande nos anos oitenta. Lindamente produzida por Benny Blanco, Cashmere Cat e Happy Perez, Selfish Love erra um pouco na sua composição sobre um amor destrutivo que parece levantar voo apenas depois do primeiro refrão. Nada disso impede, entretanto, de Jessie Ware de entregar outro musicão em 2017 com a ajuda de nada mais brasileiro que o samba e a bossa nova.
nota: 8

Nenhum comentário: