14 de maio de 2019

Antes Tarde do Que Nunca - Versão Single

Ordinary People
John Legend

Com menos de vinte anos de carreira, John Legend pode ser considerado uma lenda da música moderna que conquistou o seu lugar ao Sol da sua maneira. Alcançando bons números comercias, mas quase nunca sendo algo arrasa quarteirão, tirando o seu o sucesso surpreendente de All of Me de 2013, e recebendo boas criticas da impressa , mas voando abaixo do radar em relação aos grandes lançamentos das últimas décadas, John Legend vem construindo uma carreira de respeito na indústria devido ao seu carisma, personalidade e, claro, talento. O trabalho duro foi recompensado recentemente quando o cantor se tornou o primeiro homem negro e a segunda pessoa mais jovem a alcançar o EGOT que nada mais é a sigla dos principais prêmios da indústria de entretenimento americano: EMMY (TV), Grammy (música) Oscar (cinema) e Tony (teatro). Acredito que isso já bastaria para que as pessoas começarem a descobrir a carreira do cantor, mas se isso não fosse o bastante que tal voltarmos ao passado e revisitarmos um dos primeiros trabalhos de destaque do cantor ao resenha a adorável Ordinary People.

Ordinary People é a exaltação da força que a simplicidade verdadeira pode causar se utilizada corretamente. Lançada como segundo single do primeiro álbum de Legend (Get Lifted de 2004), a canção é em uma primeira ouvida descuidada apenas uma balada a base de piano que parece cair no mesmo lugar que qualquer canção com as mesmas características. É necessário, porém, prestar um pouco mais de atenção para descobrir a grandiosidade de Ordinary People. Sim, a canção é uma balada R&B a base de piano, mas que a sua produção é de uma graciosidade, elegância e maturidade impressionantes que consegue elevar o já belíssimo trabalho no piano de Legend ao cubo ao fazer do mesmo a única grande estrela da canção. Sem utilizar outros instrumentos, a canção ganha corpo apenas com a presença desse inspirado trabalho instrumental, preenchendo cada lacunas com uma força pungente. E o mais surpreendente da canção é o fato que a produção foi comanda por nada mais, nada menos que o rapper/produtor wil.i.am. Aquele mesmo do Black Eyed Peas que bem antes de se entregar ao EDM/eletrônico farofa conseguia entregar momentos de inspiração pura ao co-produzir e co-escrever ao lado de Legend essa pérola. E por falar em escrever, Ordinary People só consegue ser o que é devido a sua genial composição. 

Como o próprio nome diz, Ordinary People é sobre pessoas normais que vivem sentimentos normais em um relacionamento normal. Entretanto, não existe algo mais poderoso que a "normalidade" de um amor em toda a sua vitalidade. E Ordinary People é exatamente uma crônica sobre um relacionamento maduro que está passando pelos comuns altos e baixo de um relacionamento. A composição capta essa fase do relacionamento em toda a sua complexidade, familiaridade, exuberância, sofrimento, beleza e melancolia de forma direta, honesta e sem muitas firulas, mas, ao mesmo tempo, dono de um beleza acachapante ao usar a realidade como a fonte de inspiração. Madura, inteligente, romântica, sentimental, sincera, devastadora, inspiradora, elegante, verdadeira, poética são adjetivos que podem ser associados com a canção e ainda teriam outros para qualificar a imponência de Ordinary People. 

This ain't a movie, no
No fairy tale conclusion ya'll
It gets more confusing everyday
Sometimes it's heaven sent
We head back to hell again
We kiss and we make up on the way

Os versos acima dão um boa noção da composição, mas é na sua totalidade que a letra se desabrocha em todas as cores e texturas como uma das melhores escritas no novo milênio. E com uma performance vocal avassaladora, John Legend já tinha dado uma bela amostra do genial artista que é e que deveria ser melhor reconhecido por parte do grande público.
nota: 8,5

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