2 de fevereiro de 2021

Rinha de Novinhas

Skin
Sabrina Carpenter

Diss track é, segundo a Wikipédia, “uma canção criada com o único propósito de expor e insultar uma pessoa ou um grupo de cantores”. Normalmente, essa tática é utilizada por rappers contra seus desafetos, apesar de existirem exemplos em outros gêneros como, por exemplo, o pop e rock. Entretanto, o começo de 2021 está presenciado uma grande quebra nessa expectativa com o que já estou chamando de a “Rinha das Novinhas”. Depois do imenso e surpreendente sucesso de Drivers License da Olivia Rodrigo eis que surge a “resposta” em Skin da Sabrina Carpenter.

Explicando para quem não está entendendo nada: na composição da canção de Olivia sobre o fim de um relacionamento é citado que o boy estaria com um tal loira. E essa loira é a Sabrina Carpenter que teria um affair com o ator Joshua Bassett. Em Skin, Sabrina não deixa nada em aberto sobre a intenção da canção ser uma resposta direta ao mandar logo no primeiro verso: “Maybe blonde was the only rhyme”. Mais direto impossível. Em questão de qualidade com a canção que iniciou essa “rinha”, Skin sai perdendo alguns pontos. O lado bom que a canção tem as suas qualidades.

Skin é uma contida, redondinha e bem feita pop mid-tempo com toques de synth-pop. Sem muita força emocional que pudesse elevar a produção, a canção tem na atmosfera adulta a sua melhor qualidade, pois consegue dar personalidade sem soar como sendo apenas a resposta de uma menina mimada e, sim, a versão dos fatos de uma pessoa aparentemente madura. Boa parte dessa qualidade parece vim da influência da sonoridade da Taylor Swift. Liricamente, Sabrina veio para acertar na jugular, pois, longe das metáforas de Drivers License, Skin é direta, ácida e, às vezes, faz o famoso morde e assopra, mas é bem escrita e tem um apelo pop exato. O grande ponto alto da canção é boa performance de Sabrina que mostra força emocional sem soar exagerada. E você pensa que acabou? Ainda falta a canção resposta do causador de tudo isso. E assim começa a construir a história do pop em 2020.
nota: 7

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