10 de fevereiro de 2023

Primeira Impressão

Gloria
Sam Smith




O quarto álbum du Sam Smith é contraditório, pois, ao mesmo tempo, é a celebração da liberdade de ser quem é e o trabalho mais fraco da sua carreira. Gloria não é de longe ruim como muitos estão falando, mas não tem a força necessária para sair do apenas mediano.

Apesar de uma estrada difícil pessoal, Sam celebra a sua identidade no álbum de maneira festiva, esperançosa e completamente livre. E isso é algo realmente que precisa ser celebrado. Infelizmente, o caminho sonoro escolhido é de um pop/pop soul dispensável, clichê e, por algumas vezes, sem nenhuma personalidade formada. Apesar de extremamente coeso sem ter tempo para muita encheção de linguiça, o resultado é completamente desprovido de uma força artista que possa preencher toda a liberdade du Sam de maneira a explorar essa nova fase que fosse capaz de ser realmente especial. Tudo soa genérico, repetitivo e sem foco, podendo ter sido criado para qualquer artista que não teria grandes diferenças sonoras. E quando a produção parece realmente querer explorar novos rumos, o resultado é tão divisível como o hit Unholy ao lado da Kim Petras que é uma “canção é uma estilizada, excêntrica e distinta faixa pop com uma batida extremamente marcada que fica exatamente no limiar entre o excelente e o irritante. Divertida e, ao mesmo tempo, enfadonha, Unholy tem boas ideias que não transmitem na mesma maneira no material entregue, mas também não deixa de ser interessante de presenciar a construção finalizada”. E quando tiram esse fator é entrega a divertida e massificada I'm Not Here to Make Friends com coprodução do Calvin Harris. O que realmente dá vida para Gloria é a presença da sempre ótima voz du Sam Smith. Donu de uma das melhores vozes dos últimos tempos, Sam carrega as canções de maneira graciosa e sempre adicionando personalidade quando não parece ter vindo da produção. Esse caso da Lose You que devido a sua estrutura electropop/EDM poderia ser esquecível, mas Sam é capaz de dar vida com uma performance sólida e aveludada. Outros momentos que podem ser colocados como destaque ficam por conta de Love Me More que é “uma adorável, fofa e inofensiva pop soul com forte influência do da cena britânica com toques de gospel, trip hop e uk bass” e a tocante Perfect com a presença de Jessie Reyez. Infelizmente, Gloria não é capaz de entregar toda a força que a presença du Sam Smith impõem no atual cenário pop. Uma pena de verdade.


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