11 de outubro de 2014

Primeira Impressão

Goddess
Banks


Nos últimos tempos apareceram uma nova leva de artistas que estão começando mudar a cara do R&B transformando o gênero com a adição de dezenas de outros estilos. Novas texturas se misturam com as já estabelecidas. Nuances de todos os tipos são inseridas em arranjos que tentam sair da obviedade. Cores e batidas são retiradas de outros gêneros para construir, ou melhor, reconstruir o R&B. O resultado é um gênero multifacetado que se renova com uma grande rapidez. Contudo, essa nova configuração ainda não encontrou o sucesso da maneira plena. Tirando alguns casos específicos, nenhum desses artistas tiveram músicas hits ou grandes números em vendas de álbuns mesmo com o total aprovação da critica. Sem mudar esse quadro, a novata Banks ajuda a entender o motivo pela falta de sucesso comercial ao mesmo tempo em que mostra um caminho plausível com Goddess, o seu interessante álbum de estreia.

A produção, de uma maneira geral, busca por uma sonoridade em que o menos é mais, ou seja, os arranjos tem o mínimo de instrumentalização. Esse R&B minimalista em Goddess é enfeitado por um verniz muito bem definido e lustroso que traz uma bagagem do indie eletrônico, do trip hop misturando com o pop mais tradicional. Sólido do começo ao fim, Goddess é um álbum acima da média de uma maneira geral e que tem uma grande qualidade sobre os álbuns que seguem o mesmo caminho: transitar bem entre o aspecto artístico sem deixar de lado o "comercial". Isso significa que a produção consegue manter o espírito de inovação ao buscar uma nova sonoridade e também entregar faixas que possam ser "comercializadas" mantendo um padrão de qualidade. Infelizmente, porém, a produção não consegue unir esses dois aspectos ao mesmo tempo o que resulta em uma alternância de canções estritamente "artísticas" e aquelas mais "vendáveis". Apesar de criar uma quebra no álbum essa falha é compensada, como já disse antes, pela boa produção geral do álbum. Também ajuda o fato que a própria Banks e sua voz delicadamente instigante entregando boas performances. Entre as faixas o grande destaque é a lindíssima Someone New ao lado de You Should Know Where I’m Coming From que estão no lado comercial de Goddess. Já a outra faceta conta com as boas Waiting Game, Alibi e a que nome ao trabalho, Goddess. Banks e o seu álbum debut provam que essa nova geração tem a capacidade de renovar a música e também conquistar o público. Falta apenas unir todos os aspectos em apenas um pacote.

Nenhum comentário: