20 de outubro de 2014

Primeira Impressão

Sweet Talker
Jessie J




Jessie J tem quase tudo certo para ser uma estrela de grande porte: bonita, carismática, dona de uma ótima voz, compositora (bem raro em cantoras pop ultimamente), boa em apresentações ao vivo e possui alguns hits na sua carreira. Resumidamente: Jessie preenche quase todas as lacunas para ser uma diva pop de poder mundial. Então, o que exatamente falta para isso? Respondo: um álbum marcante. E, para a infelicidade da cantora, o seu mais novo trabalho Sweet Talker não vai suprir essa necessidade.

Depois do mau desempenho do seu segundo álbum (Alive), a cantora inglesa começou a trabalhar em um sucessor que pudesse, não apenas reconquistar o sucesso dela em sua terra natal, mas, também, pudesse ser um trabalho que abrangesse outros mercados, em especial, o do norte americano. A primeira cartada foi o lançamento de Bang Bang unindo Jessie à dois dos nomes mais "quentes" do momento: Ariana Grande e Nicki Minaj. O resultado está sendo melhor que o esperando tanto do lado comercial, quando o lado da critica que foi predominantemente favorável. É no rastro do sucesso do single que Jessie lança Sweet Talker. 

Basicamente, o álbum é um trabalho pop muito bem feito ressaltando as qualidades de Jessie e entregando o seu CD mais sólido até o momento, mas que, de forma geral, não deixa aquela sensação de ser inesquecível. Sweet Talker se beneficia de uma produção consciente da sua finalidade principal, isto é, um álbum construído para ser a plataforma de Jessie para que volte a ter o mesmo apelo comercial do começo da carreira. Além disso, podemos sentir uma evolução na sonoridade em que é dada para a cantora uma estrutura mais rica, bem delimitada e tecnicamente impecável. Ao mesmo tempo, porém, a produção escolhe seguir por um caminho em que estilo pop com pitadas de soul é o mais seguro, morno e batido que se poderia optar. Não há nada excitante no resultado final de Sweet Talker que possa fazer do CD o marco definitivo na carreira de Jessie. Não adianta ter faixas como Bang Bang, Seal Me With a Kiss e Burnin' Up, se outras faixas são mais do mesmo em termo de sonoridade. E também não adiante ter uma cantora como Jessie nas mãos caso o material que ela dispõe não está valorizando seu talento. É visível que a cantora está conseguindo controlar melhor os seus maneirismos mostrando uma boa evolução e conseguindo entregar boas performances ao longo do álbum, apesar de ainda exagerar em certos momentos como, por exemplo, em Fire. Jessie J tem a faca e o queijo nas mãos para entrar na seleta lista de estrelas pop com status de estrela de primeira grandeza, mas não adianta nada ter como acompanhamento um álbum apenas bom. Jessie J precisa fazer "O" CD. Quem sabe na próxima?

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