4 de maio de 2017

Primeira Impressão

American
RuPaul



Deve ser muito bom para qualquer artista chegar à sua maturidade (tanto na vida, quanto na carreira) é poder ter o total controle sobre o que fazer, como fazer e quando fazer a sua arte. Esse é exatamente o caso da drag queen mais bem sucedida de todos os tempos: RuPaul. A amostra desse seu estágio na vida é o lançamento do seu décimo primeiro álbum intitulado American.

Inspirado nas últimas eleições americanas, American não chega exatamente a ser um álbum conceitual, mas tem alguns temas recorrente. Os dois principais temas são sobre auto estima e esperança no futuro. É muito bom ver que para falar refletir sobre a atual situação da nossa sociedade não é sempre necessária abordar os temas de maneira otimista e com bom humor. Não espere, porém, que Mama Ru entregue composições profundas e/ou complexas: American é pop chiclete na sua melhor forma com letras rápidas, rasteiras e completamente viciantes. O problema aqui é que falta alguma substância em algumas faixas para que as composições das mesmas não fiquem apoiando-se na repetição de versos e, principalmente, de refrões. Tirando isso, não há como não fazer uma bela de uma lip sync ao som de faixas como a  estilo vogue Call Me Mother ou a pop dance Kitty Girl. Como sonoridade, American traz o bom e velho pop/eletrônico com fortíssima influência da atmosfera dos anos '90 das boates que RuPaul sempre carregou desde o começo icônico da sua carreira em Supermodel (You Better Work) em 1993. Uma pena, porém, que o álbum não tenha a mesma coesão do trabalho da drag queen do ano passado Butch Queen. Claro, isso não importa quando se pode curtir delicias dançantes como as faixas Charisma, Uniqueness, Nerve & TalentHey DollLady Cowboy e American, faixa que dá nome ao trabalho. E que Mama Ru continue a nos brindar com o seu talento por muitos e muitos mais anos que estão por vim.

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