26 de junho de 2021

Primeira Impressão - Outros Lançamentos

K
Kelly Rowland





Apesar de não ter o sucesso comercial que merece é preciso dizer que a Kelly Rowland construiu uma carreira solo bastante sólida e com vários ótimos momentos. Com o lançamento do EP K, a cantora entra em uma nova fase da sua carreira em que parece estar na busca de novos horizontes e, principalmente, olhar diretamente para as suas raízes.

Analisando friamente, o EP parece seguir as mesmas diretrizes do Lemonade da Beyoncé ao ser exaltação do poder da mulher negra. Obviamente, comparar as experiências entre duas pessoas nesse nível de significação pessoal é desvalorizar ambas cantoras, mas é necessário ter uma noção sobre como as canções aqui se comportam para não esperar algo que a Kelly já tenha feito durante a sua carreira. E a visão de Kelly é interessante o suficiente para se sustentar sozinha, mesmo que tenha algumas falhas. A maior delas é ainda soar superficial na execução quando a ideia por trás parece ser tão profunda. Além disso, as canções não tem um brilho suficiente forte para criarem impacto tão poderoso que possam marcar indiscutivelmente a nova fase da carreira da artista. O resultado soa como uma introdução para uma possível explosão em um futuro. Dito isso, K guarda alguns momentos de fatos bons.

Ao abrir o trabalho, a faixa Flowers funciona com uma perfeito abre-alas para o que a cantora quer transmitir. Uma mistura curiosa de R&B, pop e electropop, mas conduzido de forma densa e épica em uma power balada épica, a canção narra a vontade de Kelly de se mostrar ao mundo o seu imenso amor pelos seus antes queridos e a importância de mostrar esse afeto. Logo em seguida, o EP apresenta a simpática Black Magic em que a cantora quer claramente refletir as suas ancestralidades ao fazer um R&B com forte influencia de ritmos africanos. Funciona até bem, mas a produção vocal erra em arrematar os vocais de Kelly em um efeito abafado/off que tira parte da força da canção. Além disso, a produção soa levemente clichê ao explorar de forma rasa as influências sonoras propostas.

Todavia, a situação melhora bem com a legal Hitman em que as finalizações dessas influências são melhores e o resultado soa encorpado, divertido e, principalmente, maduro. E isso também pode ser dita sobre a dançante disco soul Crazy em que Kelly personifica uma versão contida de Diana Ross. Esse contido também dito sobre a intenção de todo o EP. Falta explosão e ousadia mais apurada para que as canções alcancem as intenções que claramente estão por trás ao ser esse trabalho de libertação/transição artística/pessoal da cantora. K continua com a delicada e melódica baladinha mid-tempo R&B Speed of Love, sendo a única faixa que lembra diretamente trabalhos anteriores da ex-Destiny’s Child. Finalizando o EP está a balada Better que erra com a sua dispensável influencia caribenha que surge de maneira mal colocada aliada com certo exagero de auto tune na voz de Kelly. Sem a pretensão de ser revolucionário, o EP apresenta um caminho para que a a Kelly Rowland possa seguir em um futuro, sabendo, porém, aparar as pontas soltas aqui e acolá.
notas
Flowers: 7,5
Black Magic: 6,5
Hitman: 7,5
Crazy: 7,5
Speed of Love: 7,5
Better: 6,5
Média Geral: 7,1

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