18 de outubro de 2013

Primeira Impressão

Prism
Katy Perry


Não há como negar que Katy Perry fincou seus lindos pezinhos no "terreno sagrado do pop" e deve ficar lá por muitos e muitos anos desfrutando dos frutos de seu trabalho. Depois de estrear como um meteoro com o sucesso I Kissed a Girl, Katy surpreendeu a todos com o arrasa quarteirão Teenage Dream e todos os seus mega hits. Além de todo esse sucesso comercial, a cantora tem tudo que uma grande popstar precisa ter: personalidade cativante, concepção visual perfeita, um trabalho de gerenciamento da carreira bem feito e, claro, ela ser bonita não atrapalhou em nada. Com tudo isso funcionando perfeitamente e ainda não ter surgido nenhuma cantora que possa rivalizar em seu nicho, Katy vai ver seu terceiro álbum Prism triunfar nas paradas. Contudo, isso não quer dizer que o álbum é um trabalho realmente bom. Só que dito isso, devo dizer que Prism também não é um álbum ruim.

A melhor definição que posso pensar para Prism é a seguinte: uma álbum legalzinho que dá para ouvir todo sem precisar pensar muito, mas que depois de cinco minutos após seu fim a gente já esqueceu. Enquanto One Of The Boys era a tentativa daquela cantora iniciante buscando ser uma cantora pop rock no meio das grandes divas pop, o Teenage Dream foi a modelação de Katy em um  nicho mais comercial só que resultando em um CD tão despretensioso e divertido que fica difícil de não gostar mesmo não sendo uma obra de arte e, agora, Prism é a continuação desse último só que de forma bem mais light e menos divertida. Se reunindo novamente com os produtores Dr. Luke e Max Martin, Katy acerta ao fazer do álbum uma "bomba" comercial perfeita para o lançamento de singles com apelo radiofônico. A sonoridade aqui está mais dance pop e menos pop chiclete com a produção bebendo profundamente do euro dance e synthpop. Tudo muito bonito, divertido e com a personalidade de Katy. Contudo, faltou força para dar para as faixas um tempero especial e um toque mais de despretensão para a produção fizessem cada uma se destacar por si. Infelizmente, no conjunto Prism acaba soando como a mesma canção que apenas foi estendida. Uma pena já que alguns momentos são ótimos e deveriam ter sido melhor esporado com em This Moment produzida por Stargate e Benny Blanco que lembra uma versão mais simples de Dancing On My Own da Robyn só que acaba ficando apenas no basicão ou em Walking On Air com uma influência dos anos '90 perfeita, mas que não decola de verdade. Katy faz um trabalho decente com seus limitados vocais. Gosto quando ela deixa mais natural, mas em Prism vários deslizes ao fazer alguns falsetes desnecessários e uns gritos de "solista de coral de igreja americano" que quase doí nos ouvidos. Outro erro é colocar tantas baladas como a fofa Unconditionally (resenha a seguir), a legalzinha Double Rainbow e a de autoajuda By The Grace of God. Nada contra, mas é um pouco demais para artista pop como a Katy. As composições continuam perfeitas para o estilo de música que ela faz, mas aqui estão um pouco menos inspiradas e divertidas. Ainda é possível ver vários momentos realmente inspirados com citações pop e boas construções de refrão, mas aquela Katy mais irônica e boba (no bom sentido) está mais madura e sem muita criatividade verdadeira. Esse é o caso de International Smile, Dark Horse com o rapper Juicy J e Birthday. O grande erro do álbum é a canção Ghost que é a mais sem graça da carreira da Katy. Prism não é uma mancha na carreira de Katy. Vai fazer sucesso, mas daqui alguns anos não será mais lembrado, pois seu antecessor é um marco definitivo e o sucessor deve ser bem mais memorável.

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