26 de novembro de 2014

Primeira Impressão

Hoje o Primeira Impressão vai ser um pouco diferente, pois vai reunir dois álbuns de uma vez só. Essa decisão se baseou no fato que ambas tem várias características em comum tanto na carreira, quanto no resultado de seus respectivos álbuns. Com vocês as analises dos álbuns da Nicole Scherzinger e da Michelle Williams.




Big Fat Lie
Nicole Scherzinger


Ela tem todos os requisitos básicos para ser uma estrela ao ser bonita, dançar bem, ser carismática, ter uma ótima voz e personalidade suficiente para conquistar uma legião de fãs, mas, então, qual é o motivo que a Nicole Scherzinger ainda não ter estourado de verdade na sua carreira solo como fez durante o seu tempo a frente da girl band The Pussycat Dolls? Essa é uma pergunta que deve ser analisada com bastante cuidado considerando todas as conjecturas que envolvem o passado e o presente da cantora, mas, por agora, isso não está em discussão. O que está em pauta é o fato que Big Fat Lie, o seu segundo álbum, não será o responsável em mudar a situação da cantora.

O trabalho na teoria deveria resultar em algo sensacional, pois reuni o talento pouco explorado de Nicole com dois dos melhores produtores contemporâneos de R&B/pop dos últimos tempos: The-Dream e Christopher "Tricky" Stewart. Porém, na prática, o resultado de Big Fat Lie é extremamente decepcionante. Mesmo com toda a qualidade técnica já habitual dos trabalhos da dupla, não há como entender a intenção de construir uma sonoridade R&B tão datada, quadrada e completamente conservadora que em nenhum momento se encaixa na atual configuração do gênero que buscam no passado a sua inspiração, mas, ao mesmo tempo, colocam algo de original e ousado para soar contemporâneo. Big Fat Lie é, basicamente, uma obra parada no tempo e fora de contexto que desperdiça o talento de Nicole em músicas medianas, chatas ou completamente dispensáveis. Outro ponto negativo é o "drama" que o álbum traz em suas composições em que vemos Nicole "chorar as pitangas" sobre desilusões amorosas. Claro, esse tipo de tema é sempre recorrente no mundo da música, porém aqui, além das letras não serem nada especial, o recorrência da "reclamação" faz as canções soarem monótonas e batidas. Nicole faz o que pode com o material que tem em mãos apesar de erros na produção vocal como, por exemplo, o exagero de uso do auto-tune em algumas canções como é o caso de On the Rocks. Quando o resultado é um pouco melhor que o esperado tem a boa balada Run, apesar da canção ser o ápice do "mimimi" da Nicole em Big Fat Lie. 



Journey To Freedom
Michelle Williams


Imagine você ser a sombra da sombra de alguém famoso. Realmente, não dever ser nada fácil a vida profissional da Michelle Williams que sempre será "vendida" como a terceira Destiny's Child atrás da Kelly Rowland que, por sua vez, está atrás da Beyoncé. Apesar disso, Michelle tem uma carreira solo até solida, pois, inteligentemente, partiu para um gênero bem distante das suas amigas: o gospel. Depois de uma frustada visita ao pop no terceiro álbum Unexpected de 2008, a cantora volta ao básico em Journey To Freedom que se não é incrível consegue entregar o arroz com feijão direitinho.

Assim como o álbum de Nicole, Michelle tem a ajuda de um produtor competente para construir o seu trabalho, nesse caso Harmony Samuels, conhecido por suas colaborações com grandes nomes do R&B como Jennifer Hudson, Mary J. Blide, Fantasia, Ariana Grande e outros. Por causa disso, Journey To Freedom resulta em um álbum coeso e bem solido, mas que esbarra na escolha de uma sonoridade extremamente conservadora e pouco empolgante. Basicamente gospel/R&B, o álbum não entrega muito mais que o básico em produções redondinhas e nenhuma tentativa de ousadia. Claro, mostrar que o gospel pode ter uma cara mais mainstream é extremamente valido e bem vindo, mas, infelizmente, Journey To Freedom não tem a força para ser um trabalho marcante para nenhum dos lados (R&B, gospel ou R&B/gospel). Outro problema é a produção vocal do álbum: Michelle sempre foi a integrante do DC com a voz mais distinta de todas e recebe um tratamento que parece deixar a sua voz em segundo plano sem valorizar as suas principais qualidades. Curiosamente, ou não, a melhor canção do álbum é Say Yes que junta Michelle com Kelly e Beyoncé.


Uma verdadeira pena ver duas artistas com talento em álbuns que não ajudam em nada suas carreiras.

Um comentário:

lucas lopes disse...

Olha, não ouvi o novo da Michelle, mas confio na sua opinião.

Quanto o da Nicole, uma palavra: péssimo!

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