23 de março de 2019

Sem Vida

wish you were gay
Billie Eilish

Depois de duas resenhas que, apesar de boas, eu não tinha ainda encontrado o problema com a novata Billie Eilish. Finalmente posso apontar com certeza o que me incomodada na sonoridade da jovem: a falta de vida. Cheguei a essa conclusão com a canção wish you were gay.

wish you were gay tem todas as características que fãs desse indie pop "too good for school" que a jovem de 17 anos representa: letra ácida e com uma profundidade media à régua, atmosfera pop que finge ser algo maior do que realmente é e uma a presença de uma cantora vocalmente diferente e que acredita que a sua interpretação é algo realmente novo. Essas coleções de "elogios" pode até parecer criticas, mas quando as mesmas são entregues com verdadeiro espero pode ser um verdadeiro trunfo sonoro que, normalmente, não agrada a todos. O problema é que em wish you were gay nada disso funciona como deveria, revelando impetuosamente a falta de força vital de Billie Eilish. 

wish you were gay é um trabalho lento demais na sua primeira metade e pouco criativo quando surge as nuances nada novas na sua segunda parte. Produzido pelo seu irmão, a canção deixa Billie completamente exposta e sem quase nenhuma base para se sustentar. Na verdade, a composição tem algo que pode ser chamado de interessante, parecendo prometer que com a maturidade teremos uma artista realmente inteligente e com uma deliciosa ironia. Entretanto, nesse momento a letra sobre não ser correspondida pelo crush e, por isso, desejar que ele seja gay para explicar a falta de interesse soa como as declarações de uma menina mimada e que ainda não sabe muito sobre a vida. E o que mais irrita é como a jovem se coloca vocalmente em uma performance irritante e que parece que a mesma estava muito entediada para cantar a própria canção. Sem a sorte de boas músicas, Billie Eilish se mostra uma artista em busca da sua própria vida.
nota: 5

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