10 de novembro de 2023

Primeira Impressão

GOLDEN
Jung Kook




Fico feliz que aos poucos surgem astros pop que quebram o padrão de quem pode ou não ser uma estrela. E isso é uma das melhores coisas que o k-pop trouxe. Por isso, presenciar o sucesso solo estrondoso do Jung Kook, integrante do BTS, é interessante. O problema do seu debut GOLDEN é a sua gigantesca e broxante previsibilidade.

É necessário apontar que dá para perceber que Jung Kook é um cantor bastante talentoso que tem personalidade, versatilidade e, principalmente, carisma. Isso ajuda a entender bem o seu sucesso fora do BTS, colocando o mesmo no patamar do Harry Styles. Todavia, o que é dado para o mesmo no álbum é o que existe de mais massificado, genérico e sem graça coleção de pop que não faz jus ao seu dono. Nada aqui parece refletir o talento do artista e, sim, reflete a procura pelo o que deve ser vendável/viral para o atual mainstream. Funciona? Para o seu intuito é certeiro, mas artisticamente não é nada convidativo. Na verdade, para não fãs de Jung Kook, o resultado é altamente repelente devido a falta de criatividade que é exposto nessa salada mista sem graça de eletropop, dance-pop e R&B. Sem rumo e personalidade definida, o álbum atira para qualquer lado sem pensar na construção de uma linha de pensamento para a sonoridade do artista.

Por isso, GOLDEN parece uma colcha de retalhos de artistas como Justin Bieber, Justin Timberlake, The Weeknd, Ed Sheeran, Shawn Mendes, entre outros. O problema é nunca realmente vemos quem é Jung Kook de verdade. Um dos fatores para isso é a falta do artista colocar sua marca ao não ter nenhuma canção ao menos co-escrita com seu nome, aumentando a sensação de ser um álbum apenas fabricado para ser apenas a ponte para o estrelato solo e não algo que artisticamente é ligado com a sua expressão. Existem, porém, alguns momentos que dão esperança para o futuro: 3D, “uma mistura apurada de R&B/pop/dance que tenta vender o cantor como o próximo Justin Timberlake que apesar da fácil comparação funciona de verdade devido a produção bem azeitada”, Seven ao “ser uma legal e redonda dance-pop com toques de rap e UK garage que desce sem maiores problemas” e, por fim, Standing Next to You que adiciona uma gostosa dose disco em uma produção que busca inspiração no Daft Punk. Sucesso comercial incontestável, GOLDEN não está altura em questão de qualidade do potencial do Jung Kook. Quem sabe no futura as duas coisas não andaram de mãos dadas? 

Nenhum comentário: