9 de outubro de 2011

Primeira Impressão

Watch The Throne
Jay-Z & Kanye West

Poucas vezes conseguimos ver a união de dois monstros sagrados da músicas juntos. Normalmente, duas forças da natureza do tamanho de Kanye West e Jay-Z nunca se encontram. Cada um ficaria no seu canto e numa dessas surpresas da vida poderiam se encontrar em um show ou coisa parecida. Mas no mundo do hip hop, eles são mais unidos, West e Jay-Z já se encontraram várias vezes. Claro, a história dos dois é bastante entrelassada. Foi Jay-Z que deu o empurrão necessário para West no começo da carreira o transformando em seu produtor "favorito" em vários trabalhos. Quando West se lançou rapper, lá estava Jay-Z para apoiar o afilhado. Enquanto Jay-Z manteve sua fama de ser um dos melhores rapper de todos os tempos e West foi galgando seu posto de maior artista da nossa época, os dois foram se encontrando aqui e ali em participações em álbuns de cada um. Finalmente, os dois resolveram juntar as forças em um trabalho completo. Assim nasceu o ótimo Watch The Throne.

O álbum já começa ambicioso com sua capa em alto-relevo. O álbum é uma viagem competente pelo hip hop usando o soul como base. Jay-Z e West funcionam como artistas solos, mas tem uma quimica tão forte entre os dois que a conexão que os liga é avassaladora. Rappers com estilos diferentes se unem perfeitamente e em nenhum momento um ofusca o outro. Com West na produção executiva e em várias faixas atua como produtor, o álbum encontra uma sonoridade poderosa. Coesa em sua construção, cada música é uma pequena obra prima de produção. Todas inspiradas, mostrando que o hip hop é mais que apenas um estilo. É a união/resultado do soul music. Isso Kanye já sabe faz anos e mesmo com um começo não tão bom, Watch The Throne entre nos trilhos na faixa 3 e entrega um material primoroso. O uso de sample aqui encontra uma nova dimensão na genial Otis, um dos singles do álbum e uma das melhores músicas do ano. Outro momento de pura perfeição é em New Day usando a versão de Nina Simone de Feeling Good. Há vários outros momentos sensacionais, mas nenhuma supera Made In America com a participação de Frank Ocean. Genialidade é pouca. Perfeição. Infelizmente, há alguns momentos que não estão no mesmo nível do resto do álbum. H•A•M, primeiro single, e Primetime que compõem a versão deluxe parecem fora do rumo. Enquanto No Church In The Wild, que abre o CD, não dá uma impressão a altura do álbum que segue. Porém, a maior decepção é de Lift Off com a Beyoncé. Tipo, uma canção reunindo os três deveria ser genial e não apenas ok. Mesmo assim, é resultado final que importa. E Jay-Z e West entregam quase a altura dos talentos deles. E isso é um elogio, já que os dois são gigantes, esse quase é muito grande.

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