17 de fevereiro de 2015

Primeira Impressão

Reflection
Fifth Harmony




Nos últimos tempos, eu percebi que todo o destaque que a girl band Fifth Harmony vem recebendo é, basicamente, uma espécie de "cult following". As meninas foram "descobertas" na versão desastrosa do The X Factor nos Estados Unidos, terminaram em terceiro lugar e, mesmo assim, conseguiram um contrato com a gravadora de Simon Cowell ao conquistarem certa atenção durante o programa gerando uma "legião" de fãs. Porém, até o momento o grupo nunca conseguiu um verdadeiro hit nas paradas e, mesmo assim, o seu primeiro álbum (Reflection) vendeu cerca de 80 mil cópias na primeira semana de lançamento. O destaque do grupo poderia ser explicado pela qualidade artística delas, mas, como fica claro em Reflection, não é bem esse o caso.

Apesar de não ser uma total bomba, Reflection é mediana coleção de canções pop que não demonstram quase nenhuma criatividade e, ainda por cima, parecem cópia de outros artistas. Não há como questionar a qualidade técnica montada para as meninas: além dos grandes nomes do atual pop (Stargate, Dr.Luke, Cirkuit) produzindo algumas faixas, o álbum tem um ótimo verniz dado pela equipe de produção que faz de Reflection um trabalho profissional e bem estruturado. Uma pena, porém, que isso não é suficiente para fazer um bom trabalho, pois faltou o principal: substância.

Reflection é, desculpa o trocadilho, o reflexo da falta de uma sonoridade definida e própria para as meninas e não essa pastiche repetitiva que pega as principais vertentes do pop recente e joga em um caldeirão sem quase tempero ou liga para dar um "caldo". E, para piorar, qualquer tentativa de sair do lugar comum é "mutilada" pelas composições fracas e bobas que tentam emoldurar o feminismo das Destiny's Child misturando com o prazer culposo das Spice Girl, mas falhando em tudo devido a mediocridade imposta pelos compositores. O ponto positivo vai para as integrantes do grupo que, com ajuda de uma boa produção vocal, mostram afinidade e alguma personalidade. Apesar da maioria do álbum soar medianas, alguns momentos se destacam: Top Down, o single BO$$Worth It que parece uma versão de Wiggle e, a melhor de todas, Like Mariah que "homenageia" Mariah Carey usando sample de Always Be My Baby e várias referências à canções da cantora. Acredito que para entender o "sucesso" do Fifth Harmony é necessário comparar com o filmes considerados "cults": nem sempre é pela qualidade, mas, simplesmente, porque eles estão lá, sem mais explicações.

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