16 de janeiro de 2018

Top 50 - 2017 - Final



Parte I
Parte II
Parte III
Parte IV


5. HUMBLE.
Kendrick Lamar


"Produzido por Mike WiLL Made-It (de Formation da Beyoncé), HUMBLE. é a canção mais comercial da carreira de Kendrick Lamar com uma batida mais "comum" que os seus outros trabalhos. Entretanto, o talento de Lamar é tanto que ajuda a transformar o single em canção além de qualquer outra com o mesmo estilo atualmente. A sua performance é algo contagiante e magnético como poucos conseguem, pois, ao mesmo tempo, é carismática de uma maneira popular e adiciona profundidade a canção. Com um refrão simples e eficiente, Lamar cria sozinho uma composição cheia de intenções e ótimas mensagens como, por exemplo, mulheres deveriam serem valorizadas pelos seus corpos verdadeiros e, não, aqueles idealizados e "perfeitos" que são propagados pela mídia. Não há como negar com esse exemplos que Kendrick Lamar é o novo rap e nem precisa de coroação."

4. Alone
Jessie Ware


"Lançada como terceiro single do recém lançado Glasshouse, Alone é um dos melhores momentos do álbum e é fácil saber o motivo. Uma balada pop/pop soul sobre não deixar a pessoa amada se afastar com uma performance vocal sensacional de Jessie. Talvez esse seja o principal motivo da canção ser tão boa: assim como a textura e o cheiro envolvente de manteiga derretida, Jessie emana uma sensação de envoltura com a sua voz e aqui a sensação encontra o perfeito veículo. Uma das canções mais comerciais do álbum com a sua batida, Alone tem uma composição carismática, bem escrita e de uma veracidade que qualquer um pode identificar com a sua mensagem. Poucas canções em 2017 tiveram essa capacidade de criar uma atmosfera tão envolvente."

3. What About Us
P!nk


"A primeira grande qualidade da canção é que a mesma quebra o estilo de músicas escolhidas como primeiro single dos álbuns da cantora. Abrindo os trabalhos para Beautiful Trauma, What About Us foge completamente de qualquer semelhança com canções como Stupid Girls, Raise Your Glass ou So What. Na verdade, a canção é distancia-se da sonoridade padrão da cantora ao entregar uma avassaladora fusão de pop com club emoldurada em um arranjo épico e de uma beleza melancólica. Muita responsabilidade vem do fato da canção ter Steve Mac como produtor, pois o britânico traz uma carga de influência bem diferente em relação aos produtores que a cantora trabalhou nos últimos anos. Dessa maneira essa balada pop que poderia até ser sobre amor, pois é um assunto recorrente na carreira da cantora, acaba ganhando outros novos contornos ao se torna uma canção protesto. What About Us é sobre perder a esperança nos tempos em que vivemos, especialmente na era Trump. Todavia, What About Us também é sobre resistir e lutar contra a injusta ordem sobre aqueles que não têm condições de revidar. What About Us é sobre sobreviver. What About Us é sobre recuperar a esperança perdida. Poucas canções lançadas esse ano tiveram a capacidade de emocionar de verdade como acontece aqui que ainda conta com os um dos melhores trabalhos vocais da carreira da Pink que consegue entrega uma performance avassaladora que vai da fragilidade ao poder em uma interpretação realmente marcante. "

2. Midnight
Jessie Ware


"A canção, primeiro single do seu terceiro álbum ainda sem nome, é uma refinadíssima e quase brilhante mid-tempo misturando art pop/indie pop com uma deliciosa e deliciosa camada de R&B com um toque generoso de pop contemporâneo devido ao edificante uso do sample do inesquecível arranjo do clássico Bennie And The Jets do Elton John para construir o refrão. Irresistível do começo ao fim, Midnight tem o toque de mestre ao dar uma nuance poderosa para diferenciar os versos e o refrão o que ajuda a deixar a canção realmente marcante. E marcante também é a performance avassaladora de Jessie que sabe transitar como poucas entre o delicado e o poderoso, mas nunca perder o controle e abusar de uma personalidade irresistível. A composição é outro achado ao falar sobre aquele momento que a gente começa a entregar de corpo e alma para alguém, mesmo sem saber ainda exatamente quais são os seus sentimentos. Um verdadeiro musicão da porra que apenas corrobora a minha tese da Jessie Ware ser a melhor cantora pouco conhecida da atualidade."

1.The Gate
Björk


"Com um pouco mais de seis minutos e meio, The Gate é um verdadeiro musicão da porra em todos os sentidos e, como a maioria das canções da Björk, não é um trabalho para todos os públicos. The Gate é uma longa, soturna, melancólica, minimalista e de esquisitice melódica acachapante. Björk novamente nos convida para uma jornada sem volta para o seu mundo e não pede licença para fazer isso, mas muito mais que uma jornada, The Gate revela um novo ciclo na sonoridade da cantora. Mesmo que tenha já brincado com esse tipo de música eletrônica experimental/industrial, a cantora mergulha em um bolsão completamente novo e revigorante com The Gate que tem a sua própria produção ao lado de um dos nomes mais quente da atual música eletrônica indie, o venezuelano Arca. Se não bastasse a complexidade da produção existe também a bela composição que usa de maneira magnifica o conceito de menos é mais. Simples, sucinta e de uma beleza poética impressionante, a letra de The Gate é uma reflexão sincera e um pouco aterrorizante na atual situação de vida de Björk que parece curada das feridas do fim do casamento refletidas no seu último álbum Vulnicura de 2015. Como disse antes, The Gate não é para todos os gostos, mas para aqueles que apreciam verdadeiramente a Björk irá encontrar a finlandesa em dos seus melhores momentos em anos."

Para quem quiser ouvir as canções:



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