LISA
Depois de uma sequencia de bons singles estava realmente hypado pelo debut da Lisa. Infelizmente, Alter Ego tem um resultado bem menos excitante que o esperado, mesmo ainda sendo um álbum com bons momentos.
O grande problema do álbum é a sua total falta de foco artístico. A produção atira para todos os lados sem necessariamente acertar na mosca e quando chega bem pertinho parece mudar de foco sem perceber a mina de ouro que tinha em mãos. Com uma base pop, Alter Ego é adicionado de doses de pop rap, R&B, trap e dance-pop sem nunca realmente apurar nenhum das influencias ou se concentrar em criar uma sonoridade realmente que reflita de maneira coesa a personalidade da Lisa. Existe, porém, uma ideia solida por trás, mas que não encontra uma base firme na sua fragmentada execução. Entretanto, o que é entregue é de forma extremamente sólida, não fazendo nenhuma das faixas se tornarem bombas, mas, sim, transitarem entre o bonzinho para o bom para chegar, em alguns momentos, no ótimo. E o grande momento do álbum é a contagiante Born Again com a presença da Raye e da Doja Cat.
“E esse resultado é preciso agradecer especialmente a britânica Raye. Não apenas a cantora faz uma participação substancial e sensacional na canção, mas, também, é coautora e coprodutora (ao lado de Andrew Wells). E isso é o que dá o toque precioso para a canção, pois é fácil observar a visão única, inteligente e refinada da Raye na construção dessa graciosa, chiclete, chic e inspirada nu-disco com infusões de dance-pop, pop rap e funk que cria uma batida atemporal e envolvente. Existe um odor de perfume caro que exala de Born Again que gruda na gente mesmo depois de ter escutado que é o toque de genialidade da produção. A composição é outro trabalho inteligente que sabe ficar muito bem na linha entre o polêmico ao usar metáforas religiosas para falar sobre desejo e a estética pop graciosa, especialmente no ótimo refrão”. Mesmo que aqui o holofote seja roubado é preciso apontar que a Lisa é um dos pontos altos do álbum, mesmo que tenha em mãos um material menos inspirado para trabalhar, especialmente na suas faixas sozinha. E esse é outro problema de Alter Ego: a maioria dos melhores momentos são de faixas em que existe um convidado especial. Isso parece enfraquecer a presença competente e versátil da Lisa, poios dá a impressão que a mesma só funciona com tem alguém para se “encostar”, mas isso não verdade já que boa parte da coesão do álbum vem da presença versátil e segura da cantora até quando a canção está abaixo das suas habilidades. O melhor momento solo da cantora é em Moonlit Floor (Kiss Me) ao ser “delicinha e cativante balada mid-tempo que mistura dance-pop que mostra outra faceta da cantora. Mesmo parecendo como um trabalho inspirado na sonoridade da Sabrina Carpenter, Moonlit Floor (Kiss Me) encontra o seu lugar devido a presença fofa e marcante da Lisa e, principalmente, devido ao ótimo uso do sample do clássico moderno Kiss Me da banda Sixpence None the Richer que transforma o refrão em uma verdadeira joia devido a inteligência em como é usado para dar personalidade para a canção sonoramente e liricamente”. Outros momentos de destaque ficam por conta de New Woman por ser “uma inteligente e excitante mistura de EDM, trap, pop rock e latin pop que dá facilmente para ver lampejos brilhantes de genialidade e que tem uma quebra de expectativa ao mudar completamente a batida para o verso da Rosalía é um deles” e a divertida e quase prazer culposo Fxck Up the World com o rapper Future. Alter Ego é um começo que poderia ser mais decisivo para a Lisa, mas também deixa claro que a artista é um joia em lapidação.
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