Tightrope (feat. Big Boi)
Janelle Monáe
A mais nova queridinha da critica especializada é americana Janelle Monáe. Com 25 anos e apenas um álbum lançado, ela já é citada com uma das melhores cantoras da atualidade. O álbum The ArchAndroid (Suites II and III) foi aclamado pela imprensa especializada e recebeu, incríveis, 91% de aprovação no site metacritic (site que reúne todas as criticas). O grande mérito do sucesso de Janelle é o fato dela ser o pacote completo. Desde a sua imagem, sempre usando um tipo de smoking e com cabelo afro perfeitamente penteado, passando pelas suas apresentações originais e criativas que unem música, imagem e dança (recentemente ela esteve no Brasil abrindo o show para a Amy Winehouse) e chegando na sua sonoridade misturando pop, soul music e funk. E é nesse último elemento que Janelle se destaca ainda mais sobre a multidão.
Janelle é o resultado de várias influências do soul music que vão desde James Brown, Miachael Jackson e até chegando ao Prince e Annie Lennox. Essa mistura de estilos e até gêneros diferentes resulta em um som retrô e estilizado. Em nenhum momento é vendido como original ou revolucionário. E esse é o grande trunfo. Todo o som de Janelle Monáe é um "remake" que os grandes nomes já fizeram desde a batida até os vocais. Mas ela faz tudo isso de uma maneira primorosa. E dessa maneira, Janelle Monáe parece tão original como qualquer "originador" dos anos '50, '60 e '70. De certa maneira, ela consegue isso ao fazer tão bem seu trabalho que se destaca no atual cenário musical.
O primeiro single do álbum The ArchAndroid (Suites II and III) é a eletrizante Tightrope. A canção o encontro mais do que perfeita do som funk (não o funk do Rio, é sim do que o James Brown fazia) com o mundo pop. Não esse pop comercial, é sim o pop mais raiz, alternativo e dançante. Há uma pegada genial na composição do arranjo que coloca Tightrope em um novo nível: a melhor música não comercial dos últimos anos. O single não foi feito para aqueles limitados ao auto tune do pop, do hip hop de "cafetões" ou o country medíocre. Tightrope nem tem um público alvo definido. É para quem gosta de música boa e quer dançar ao som de uma "old new school". De outras gerações Janelle traz o comprometimento com a composição numa letra muito bem elaborada e divertida, a força para manter a batida no melhor nível possível com suas variações sensacionais de texturas e tons com a preocupação e a paixão imprimida nos vocais primorosos numa mistura de James Brown com uma Tina Turner menos poderosa. Do seu talento próprio ela coloca na música uma pegada mais atual com uso de batidas de eletropop como rotações de um vinil ao fundo e a participação do rapper Big Boi do OutKast. Ao final de Tightrope você vai ficar com a sensação de "eu já vi isso!". Mas tudo é tão bem elaborado e costurado que você vai querer ouvir de novo e de novo e de novo e de novo que vai esquecer isso rapidinho.
nota:8,5
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