25 de maio de 2015

O Fundador de uma Era

Déjà Vu (feat. Sia)
Giorgio Moroder

Existem grandes artistas. Existem artistas geniais. E existem artistas acima de tudo e todos. Esses artistas carregam consigo uma bagagem que os fazem uma mistura de pioneiros com gênios, ou seja, verdadeiras lendas. Porém, pouquíssimos desses artistas vivos podem levar a alcunha de também de fundadores. Isto quer dizer que, além da sua importância na música, foi ele quem "inaugurou" um gênero. Um deles é produtor lendário Giorgio Moroder que é o pai da música eletrônica.

Pouco conhecido por uma grande parte do público, Giorgio foi responsável por inaugurar a era da música eletrônica quando começou a trabalhar com a cantora Donna Summer nos anos setenta. Dessa parceria, Giorgio produziu hits eternos como Love to Love You Baby, Macarthur Park, Last Dance, Hot Stuff, Bad Girls, entre outras. Porém, foi com a canção I Feel Love de 1975 que a música eletrônica de hoje começou a ganhar raízes e impactando diretamente na direção nos caminhos de outros gêneros. Além disso, Giorgio trabalhou com dezenas de lendas da música nesse tempo como David Bowie, Blodie (a canção Call Me é de sua produção), Freddie Mercury, Pat Benatar e, mais recentemente, o Daft Punk, entre outros. Giorgio na sua carreira já ganhou quatro Grammys e três Oscars (um de trilha sonora pelo filme O Expresso da Meia Noite e dois por canção pelas músicas Flashdance...What a Feeling da Irene Carla do filme FlashdanceTake My Breath Away do grupo Berlin do filme Top Gun). Aos 75 anos de idade e depois de um hiato de trinta anos, Giorgio vai lançar um álbum "só" seu: Déjà Vu será lançado em Junho e terá a participação de nomes como Britney Spears, Kelis, Kylie Minougue, Foxes, Charli XCX e Sia. Com essa última vem a canção homônima do álbum, Déjà Vu.

A canção é uma bem vinda a volta ao passado em que o pop tinha uma cadencia menos "eletrizante" e a produção era bem mais pomposa, mesmo usando a tecnologia para a construção do arranjo. Giorgio mostra que não perdeu o seu toque ao produzir para Déjà Vu uma atmosfera elegante, dançante e deliciosamente vintage que remete aos tempos da disco musica, mas sem perder o toque moderno. Uma pena, porém, Déjà Vu, que começa bem, fica morna bem na sua metade e só volta a empolgar na parte final. A composição da Sia e do próprio Giorgio é o ponto realmente fraco da canção: uma boa ideia que não se cumpre devido a falta de força emocional. Felizmente, Sia segura a canção perfeitamente com a sua interpretação sempre marcante. Defeitos à parte, a volta de Giorgio Moroder é para ser acompanhada de perto, pois não é todo o dia que um dos "fundadores" da música ainda está em plena atividade para ensinar as novas gerações.
nota: 7

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