15 de maio de 2015

Primeira Impressão

Jackie
Ciara


Ciara tinha tudo para entregar em seu sexto álbum o que poderia ser a sua "obra de arte". As circunstâncias estavam todas a favor dela: como mais domínio da carreira após mudar de gravadora, conseguiu entregar um ótimo álbum no trabalho anterior (Ciara de 2013), acabou de sair de uma separação difícil do ex-marido (o rapper Future) e ainda está vivendo a experiência de ser mãe, ou seja, Ciara tinha um ótimo pano de fundo para injetar nas composições de suas músicas. Infelizmente, a cantora não consegui usar de tudo isso para incrementar o seu mais novo trabalho intitulado Jackie que acaba resultado em um álbum apenas razoável.

Em Jackie (nome da mãe da cantora) não há momentos sensacionais, mas também não há nenhum momento ruim. Para ser mais preciso, o álbum contem bons momentos que são ligados por momentos, digamos, ok. Essa configuração dá para o álbum a cara de que poderia ser bem mais do se apresenta, mas que também parece estar no limite da capacidade criativa da produção do álbum. Mistura coesa de R&B, pop e toques de hip hop, a produção encabeçada por nomes de peso como Harmony Samuels, Dr. Luke, Polow da Don e Cirkut também não vai além da sonoridade média da cantora que já entregou várias vezes. No álbum anterior, porém, o resultado era muito mais interessante que em Jackie, pois todas as canções funcionavam e com qualidade bem acima do esperado. Outro problema é a falta de substância nas letras das canções: as tentativas do álbum de soar um trabalho intimo e pessoal se perdem na falta de profundidade e criatividade de várias faixas. Aquelas com um apelo mais comercial se perdem em meio as frustradas tentativas de Ciara de se expressar emocionalmente. Mesmo assim, Jackie consegue ter vida devido algumas faixas interessantes: a dançante That's How I'm Feelin' marca o reencontro de Ciara com a rapper Missy Elliott e ainda adiciona o rapper Pitbull, a sensual e intimista Dance Like We're Making Love, o bom single I BetKiss & Tell e a sua deliciosa batida e, por fim, a melhor do álbum Jackie (B.M.F.) que mostra o que álbum poderia ter sido em uma sonoridade poderosa. Ciara perde a oportunidade de elevar a carreira dela, mas preferiu apostar na segurança do já está dando certo.

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