4 de agosto de 2015

Primeira Impressão

Déjà Vu
Giorgio Moroder


Adaptar-se a mudança é uma tarefa que pode ser incrivelmente difícil para várias pessoas. Imagina para aquelas que já enraizaram profundamente hábitos e precisam cortar essas raízes para começar de novo ou mesmo continuar a sua trajetória. Esse é o caso do produtor lendário Giorgio Moroder. Considerado por muitos como o pai da música eletrônica por causa do seu trabalho nos anos setenta com a Donna Summer, Moroder lançou o seu primeiro álbum em trinta anos: Déjà Vu mostra bem a personalidade dele, porém, infelizmente, o trabalho soa datado e ultrapassado.

Claro, como "pai" de um gênero Giorgio Moroder investe no gênero em Déjà Vu. Bem estruturado e com participações de artistas contemporâneos, Déjà Vu parece, infelizmente, alguém que resolveu que decidiu vestir apenas roupas vintages que, ao invés de parecer cool e descolada, parece estar sempre fantasiada com as roupas que encontrou no baú da avó. As roupas fizeram sucesso há trinta ou quarenta anos atrás, mas hoje em dia está amarelada, puída e não lembra em nada a sua glória de outros tempos. O álbum de Giorgio Moroder é mais ou menos assim: poderia ser um grande exito se lançado décadas atrás, mas para a atualidade é apenas uma tentativa de reviver esse estilo sem levar em conta o que está na moda. Esse eletrônico poderia até funcionar caso fosse um excepcional trabalho nessa mesma pegada de fazer algo "velho". Déjà Vu não consegue isso, pois parece que faltou inspiração para criar algo realmente acima da média. Apesar de uma ou outra música interessante como é caso da parceria com a Sia na faixa que nome ao álbum Déjà Vu ou em Right Here, Right Now com a Kylie Minogue, o álbum soa cansado e pouco contagiante com faixas chatas e arrastadas como é o caso de 74 Is the New 24, La DiscoTempted com a participação de Matthew Koma. Outro problema grave é as composições do álbum que são, na sua maioria, piegas e bem fraquinhas. a única exceção é Tom's Diner com a participação Britney Spears, mas essa faixa é um regravação de Suzanne Vega. Falando em participação, outro ponto negativo é fato de que nenhum convidado realmente brilha no álbum. Giorgio Moroder não precisaria mudar completamente o que fez dele ser quem é, mas para que Déjà Vu desse certo presaria que velhos conceitos e hábitos fossem remodelados para incrementar o que era bom.

Um comentário:

Anônimo disse...

Como assim J ? E "Diamonds" com a Charli XCX ? PERFEITA!