24 de agosto de 2015

Primeira Impressão

Beauty Behind The Madness
The Weeknd


Os primeiros trabalhos do The Weeknd (três EPs que seriam agrupados na compilação intitulada Trilogy) foram o inicio perfeito para que o cantor pudesse ser considerado um dos novos artistas mais promissores dos últimos tempos. Infelizmente, The Weeknd não conseguiu responder à altura toda a expectativa colocada em cima dele no lançamento do seu primeiro álbum, o mediano Kiss Land de 2013. Sem alcançar o mesmo sucesso de critica e se atrair o público, The Weeknd parecia fadado a tornar-se uma promessa que não deu certo. Todavia, não está sendo isso que está acontecendo. Ajudado por uma sequência de sucesso comerciais e de critica que começaram com a parceria com a Ariana Grande em Love me Harder e continuando nas canções solos Earned It (tema do filme 50 Tons de Cinza) e o número um da Billboard Can't Feel My Face, o canadense tem uma nova chance para comprovar o seu status de grande nome do R&B moderno com o lançamento o álbum Beauty Behind The Madness.

O álbum não é uma obra prima do PBR&B como é o caso do channel ORANGE do Frank Ocean. Felizmente, porém, Beauty Behind The Madness é uma evolução significativa em relação ao álbum anterior e, mais do que isso, ajuda a solidificar a sonoridade do cantor. O grande passo que foi dado por The Weeknd, assinando algumas músicas e contando com a ajuda de produtores como Kanye West, Illangelo, Mike Dean, entre outros, em relação ao sua sonoridade é que, sem perder a sua ousadia em emburrar os limites do R&B, consegue criar faixas que sejam a combinação perfeita com o pop transformando as canções em trabalhos palatáveis para o grande público. Essa alteração não compromete a personalidade artística de The Weeknd, mas, na verdade, refina e eleva a proposta original dessa evolução/revolução proposta pelo PBR&B. O equilíbrio encontrado pela produção de uma maneira geral é o elemento que faltava para encontrar o caminho correto para o cantor entrar de vez no mainstream americano e, por consequência, no resto do mundo. Falta, porém, dar o próximo passo: a elevação da produção para alcançar um patamar que possa ser classificado como genial. Beauty Behind The Madness é um trabalho muito bom, sem dúvidas, mas ainda não é o acachapante trabalho que poderia ser com tantos positivos ao seu favor. Acredito que o principal fator disse seja o teor das composições: Beauty Behind The Madness é uma coleção de contos sobre amores distorcidos, sexo casual, fama inebriante e umas pitadas de confusões de uma mente perturbada. Tudo muito bem escrito, mas em várias faixas faltou uma atmosfera mais emocional para balancear o tom sombrio que impregna todo o álbum. Esse tom sombrio é o mesmo utilizado pelo The Weeknd em suas ótima interpretações sabendo como transitar entre o seu lado cantor "pop" e o seu lado cantor "conceitual". O seu timbre extremamente parecido com o rei do pop Michael Jackson poderia prejudicar o trabalho vocal dele, mas, felizmente, The Weeknd tem muito mais versatilidade e recursos para escapar de comparações mais pejorativas e ampliar o seu leque de possibilidades. Os principais destaques do álbum ficam por conta dos singles já citados (Earned It Can't Feel My Face) e The Hills, além da interessante produção Tell Your Friends do Kanye West e da participação da Lana Del Rey na boa Prisoner. Porém, os melhores momentos de Beauty Behind The Madness fica por conta da pop/R&B In The Night em o cantor mostra o que poder ser o trabalho atual do MJ e a espetacular e genial parceira com o Ed Sheeran na sensacional Dark Times. Beauty Behind The Madness se releva como o trabalho perfeito para o The Weeknd começar de verdade a sua carreira. Claro, espero que o álbum seja um trabalho de transição para algo ainda melhor e definitivo.

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