2 de agosto de 2015

Primeira Impressão

Wilder Mind
Mumford & Sons



Eu dei o beneficio da dúvida para o Mumford & Sons e a proposta de "fugir" da sonoridade folk rock que fez a banda estourar com os dois primeiros álbuns Sigh No More de 2009 e o excepcional Babel de 2012 para construir o novo álbum deles, Wilder Mind. Infelizmente, eu posso dizer que quebrei a cara, pois Wilder Mind é um álbum decepcionante em quase todos os sentidos.

O fato é que a mudança para o grupo indo do folk rock para o indie rock não deu certo pelo simples fato de que o Mumford & Sons não combina com as guitarras eletrônicas e sintetizadores. O pior, porém, não é esse fato, mas, na verdade, Wilder Mind ser um amontoado de clichês sobre o rock em uma sucessão enfadonha de tentativas de soar como uma banda grandiosa e com uma sonoridade já estabelecida. Não é isso que acontece. O álbum resulta em algo entre a chatíssima fase atual do Coldplay com uma necessidade de quer ser o primo indie do U2, mas que acaba resultando em um pastiche que flerta com a cafonice de Bon Jovi versão pedante. Não pense que a produção é exatamente ruim, longe disso já que tecnicamente o álbum é ótimo. Falta, então, alma, coração e "vocação" para o grupo construir algo que realmente seja esse rock indie que eles queriam para o Wilder Mind. As composições também não ajudam: são fracas, bobinhas e pouco criativas. Em Babel havia, por exemplo, uma necessidade de dizer algo naquele momento. Em Wilder Mind há, porém, essa necessidade parece extremamente falsa e acaba soando pretensiosa e melancolicamente vazia de sentido. Uma verdadeira pena. O que salva Wilder Mind de não ser um bomba atômica de proporções colossais é a presença do vocalista Marcus Mumford que consegue encontrar o seu caminho nessa bagunça que o álbum com boas performances como é o caso de Broad-Shouldered Beasts, Only Love Cold Arms. Não adiante muito, pois Marcus é engolido pelos próprios erros da sua banda. Espero que Wilder Mind seja apenas um erro na trajetória do Mumford & Sons que será lembrado com aquela fase de transição do adolescente para adulto.

2 comentários:

Unknown disse...

Comparado aoa anteriores, esse álbum é uma piada! Ótima análise!

Sei que já tá ficando chato, pois já pedi diversas vezes, mas acho que você deveria dar uma ouvida no novo trabalho da Leona Lewis. Já foram lançados três singles muito bons. Acho que merecem uma análise. :D
Parabéns pelo blog ! Sou um leitor assíduo!
Abraços !

Jota disse...

Muito obrigado pelos elogios! Em relação a Loena Lewis, tenho planos de postar uma resenha sobre ela em breve. Por enquanto, o blog está focado nos álbuns! Valeu e volte sempre!