31 de dezembro de 2015

Primeira Impressão

Delirium
Ellie Goulding


Sabe aquela sensação de quando você dá um conselho para um amigo e, depois de segui-lo, a pessoa se dá bem? Então, não é exatamente essa sensação que eu sinto, mas o que eu sinto agora é parecido depois de ouvir o terceiro álbum da Ellie Goulding, pois Delirium é tudo o que eu queria que a cantora fizesse: um álbum perfeitamente pop e nada mais. E, o que é melhor, o álbum é muito bom.

Despida dos seus maneirismos irritantes ouvidos nos seus dois primeiros álbuns, sendo o principal deles o fato da pretensiosidade artística quase enraizada na sua sonoridade, Ellie mostra a sua capacidade de entregar uma sonoridade fluida, equilibrada, divertida e, principalmente, pop sem neuras e muito bem acabado. Não espere arranjos apoteoticamente pedantes, pois Delirium se mostra o contrário disso: direta, refinada e editada ao máximo. A união de nomes como Greg Kurstin, Ryan Tedder, Max Matin, Klas Åhlund, entre outros nomes menos conhecidos, ajuda a criar uma sonoridade "matadora" no quesito de criar uma coleção de pérolas pop da melhor qualidade. Unindo synthpop com dance, eletrônica e um pouco de art pop, Delirium é assumidamente comercial do começo ao fim, mas sem perder o aspecto melhor da cantora: a sua delicadeza. As batidas, mesmos aquelas feitas para dançar sem parar, conseguem manter uma sutileza comovente. Batidas "clean" predominam em todo o álbum ajudando a Ellie não perder a sua personalidade, apenas mostra a sua maravilhosa lapidação.

Delirium também se beneficia da habilidade de compositora de Ellie e a sua grande equipe de colaboradores em criar composições perfeitamente pop, mas sem perder a inteligencia em criar alma e coração para cada uma das faixas. O tema central de Delirium é sobre amor e as suas desventuras, mas nada que seja profundo de verdade para não atrapalhar o tom despretensioso da produção em geral. Ellie segura bem todas as canções com a sua distinta voz, sempre entregando performances inspiradas como, por exemplo, na sensacional Love Me Like You DoMesmo ter sido adicionada depois de a canção ter virado sucesso ao ser trilha do filme 50 Tons de Cinza, a faixa é o eixo central de Delirium e, claro, a melhor música do álbum. Todavia, há vários momentos imperdíveis: Something In the Way You Move, Codes, Don't Need Nobody, Don't Panic, We Can't Move To This, Devotion e I Do What I Love. Eu fico realmente feliz com o resultado de Delirium e espero de coração que a Ellie continue nesse caminho.

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