17 de dezembro de 2024

Primeira Impressão

Imaginal Disk
Magdalena Bay




Entender perfeitamente qual é o ponto de um álbum e admirar a sua qualidade artística não é necessariamente achar que esse álbum seja genial, mas, sim, reconhecer suas qualidades sem afetar a sua percepção. Esse caso é do segundo álbum (Imaginal Disk) do duo Magdalena Bay.

Aclamado pela critica e boa parte do público, o álbum é para mim exatamente essa definição que dei sobre poder admirar um trabalho sem precisar o achar genial. E isso que constatei ao ouvir o trabalho que tem seus pontos fortes e altos, mas não me conquistou totalmente. E está tudo bem. Acredito que o motivo de não ter sido envolvido de verdade pelo álbum são as suas escolhas concretas para a sonoridade do trabalho. Resumidamente, o álbum apresenta uma sonoridade synth-pop/indie pop/pop rock que transita entre várias influencias para criar uma sonoridade que fica bem no limite entre o comercial e o experimental. Na teoria, essa combinação é algo que seria dinamite para os meus ouvidos, mas a maneira como o duo conduz o álbum parece deixar um verniz nas canções próprio que não consigo criar esse vinculo genuíno. É como se tivesse essa barreira que ao olhar mais proximamente não consegui transpassar, mesmo vendo o que está do outro lado. Entretanto, tenho noção clara que essa mesma barreira deve ser extremamente convidativa para outras pessoas. E, novamente, está tudo bem. É apenas um ponto de vista diferente, pois, como apontei antes, preciso também dar as flores de merecimento para o Magdalena Bay.

Imaginal Disk é um álbum longo, mas é um trabalho bastante coeso e fluido, fazendo a gente nunca perceber de verdade o seu tamanho. A maneira como o duo costura as faixas de uma para outra é realmente louvável, pois dá para perceber uma cadencia muito bem construída durante todo o álbum. Outro ponto importante são as excepcionais instrumentalizações que são dadas para todas as faixas, casando lindamente o lado eletrônico/sintético do álbum com o lado mais “orgânico” e classudo. Gosto também da versatilidade da vocalista Mica Tenenbaum que com o timbre doce e cristalino consegue navegar entre todas as propostas do álbum de maneira graciosa e marcante. Apesar de não ter embarga em Imaginal Disk, tenho que admitir que tem uma parte do álbum que realmente gostei que basicamente a sua parte inicial, começando da faixa dois até chegar a faixa oito. E é desse meio que sai a melhor do álbum na dançante e carismática Death & Romance. Outros momentos que quero destacar é a rápida e certeira Fear, Sex e sensual e melódica Vampire in the Corner. Fico feliz em saber que Imaginal Disk é um dos álbuns mais aclamados do ano já que mesmo não tendo essa percepção posso entender perfeitamente o motivo.

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