25 de junho de 2014

Primeira Impressão

A.K.A.
Jennifer Lopez


Entender o motivo de a Jennifer Lopez ser uma das maiores celebridades na atualidade deve ser difícil para quem não acompanhou a carreira dela desde o começo. Ainda mais complicado para quem a considera uma cantora e atriz, no máximo, mediana com pontos altos, baixos e alguns baixíssimos em ambas as carreiras. Analisando friamente a trajetória de J.Lo se checa a conclusão de que são três os fatores para compreender o sucesso dela: carisma, "tino" para os negócios e, o mais importante, a capacidade para ser uma verdadeira "entertainment woman". 

Para quem já viu alguma entrevista ou até mesmo a atuação de Jennifer no American Idol saber que ela passa uma atmosfera extremamente brilhante esbanjando carisma capaz de transcender a câmera chegando ao público. Ajuda muito que aos 44 anos de idade, J.Lo ainda ser uma das celebridades mais belas da atualidade. Ao longo dos anos, a filha de porto-riquenhos construiu um verdadeiro império com a ajuda de bem sucedidas linhas de roupas, perfumes, uma produtora de filmes e séries e o endossamento de vários outros produtos. Porém, o grande trunfo de J.Lo é ser uma das melhores performances que há no mercado. Vocês nem precisam gostar dela como cantora, mas tem que admitir que quando ela faz uma apresentação não há comparação para quase ninguém. Dançarina experiente (e como dança!), Jenny domina o palco de maneira poderosa e, várias vezes, magistralmente deixando no chinelo todas as novas divas do pop. Então, mesmo com o fracasso anunciado de seu novo álbum, vocês realmente acham que a Jennifer está assim tão preocupada com o flop? E, olha, que A.K.A. nem é um trabalho tão horrível como estão falando por aí. É apenas bem mediano.

Tentando restabelecer seu sucesso comercial e ao mesmo tempo voltar para suas raízes mais hip hop e R&B, Jennifer Lopez conta a produção de alguns nomes que estão crescendo no meio como Youngblood e velhos conhecidos como Benny Mendina e Cory Rooney. Infelizmente, mesmo delimitando sua sonoridade, o resultado final de A.K.A. é uma coleção inconsistente e, em vários momentos, fracos de canções que não ajudam a cantora a reerguer sua carreira. O problema não está na sonoridade, mas em como essas músicas são produzidas. Muitas faixas aqui (e olha que o álbum só tem 14 músicas em sua versão deluxe) parecem estar apenas para encher o álbum enquanto as faixas boas não chegam ao ponto de serem realmente boas. Nunca conhecida pela qualidade das composições que canta, Jennifer Lopez está cercada novamente de letras de cunho questionável e qualidade bem mediana, agravado pelo fato que em vários momentos elas nem ao menos são comerciais como é o caso de Acting Like That em que é se perde a oportunidade de usar a artista do momento (a rapper Iggy Azalea) para fazer um possível hit, mas que acaba como uma canção fraquíssima e bem sem graça. O mais interessante, porém, é que o melhor quesito de A.K.A. são as performances de Jennifer. Sempre criticada como cantora, por causa da sua voz pequena, J.Lo mostra uma evolução grande ao mostrar solidez e classe, principalmente, em momentos mais românticos como é o caso da surpreendente boa Let It Be Me. O mais incrível é notar que a melhor música do álbum vem de outra parceria com o rapper Pitbull: a divertida Booty, a única com potencial verdadeiro de ser um hit comercial. Outros bons momentos são o single First Love, a divertida I Luh Ya Papi e a dançante Tens. Mesmo com o fracasso de A.K.A. não duvide da capacidade de reerguer-se e reinventar-se da Jennifer Lopez. Afinal, a música é apenas um dos apêndices de sua carreira.

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