27 de julho de 2015

Primeira Impressão

Wildheart
Miguel




O fato de não gostar realmente de um álbum não significa, necessariamente, não dar o devido valor para a qualidade do mesmo. Esse é o meu caso em relação ao álbum Wildheart, terceiro trabalho de cantor Miguel. Apontando por muitos críticos especializados como um dos melhores do ano até o momentos, a minha impressão final é que Wildheart não é exatamente essa maravilha que muitos falaram. Porém, eu não posso negar que o álbum é, apesar dos problemas, um álbum merecedor de muitos elogios.

Como um dos nomes centrais na geração que está revitalizando e modernizando o R&B, Miguel não poupa esforços para transformar Wildheart em uma viagem sonora em que a produção vai não apenas testando os limites do gênero, mas, principalmente, "empurrando" esses limites. Em Wildheart, esses limites são os que separam o R&B do rock, pois o álbum flerta pesadamente com esse segundo com a utilização de guitarras e seis riffs pesados e ao mesmo tempo sensuais. Esse Rock/R&B é bem conduzido durante todo Wildheart que agrega toques de música eletrônica e funk, mas que, na minha humilde opinião, não consegue dar uma liga realmente sólida deixando o resultado final abaixo do que eu esperava. Não é possível, porém, afirmar que é culpa da produção que acerta na instrumentalização e mesmo na atmosfera do álbum: sensual e intimista. Wildheart é um álbum para fazer sexo enquanto ouve e Miguel não esconde isso com suas provocativas e excitantes composições que conseguir transitar entre o vulgar e refinado de maneira perfeita. Tirando o ótimo single Coffee (aqui em uma versão diferente, mas sem perder a qualidade) e a faixa NWA não há, infelizmente, momentos realmente memoráveis capazes de grudar na nossa cabeça. Deve-se ressaltar que as faixas são trabalhos inteligentes de verdade e dar todos os louros para Miguel, pois, das dezesseis canções, dez delas tem apenas a autoria do cantor. O maior problema, porém, fica por conta da produção vocal feita para o álbum: usando efeitos de gosto duvidosos apagando o brilho da voz magistral que Miguel possui e que poderia ir bem mais além do que é ouvido na maioria das faixas. Talentoso e com um caminho à frete promissor, Miguel é sim um dos grandes nomes da música atualmente. Uma pena que Wildheart não me conquistou de verdade.

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