9 de novembro de 2021

Primeira Impressão - Outros Lançamentos

Last Year Was Weird, Vol. 3
Tkay Maidza




Normalmente, um EP é uma experiência que nem sempre consegue satisfazer de maneira completa, pois a sua existência é de apenas uma amostra da capacidade de um artista ou/e o que está para vim na carreira do mesmo. Todavia, o ano de 2021 mostrou que nas mãos certas é possível fazer de um EP uma obra com começo, meio e fim. Esse é o caso da rapper Tkay Maidza ao entregar o ótimo Last Year Was Weird, Vol. 3.

A principal qualidade do EP é que, apesar de ser curto com apenas vinte e dois minutos, a sua produção consegue dar para as canções um senso de completude que muitos álbuns não apresentam. Obviamente, existe uma grande jornada para que o trabalho pudesse ser algo sensacional, mas o que ouvimos é uma amostra suculenta da capacidade da rapper. Tudo começa com R&B contemporâneo com toques de soul Eden que se constrói de maneira delicada e envolvente. Ao contrário de criar um impacto logo de cara, o EP deixa claro que Tkay Maidza tem um alcance sonoro enorme e abrangente. Em Onto Me, a rapper conta com a participação da cantora UMI para criar uma R&B/pop que poderia facilmente poderia ter sido um sucesso no começo dos anos dois mil. A canção dá espaço para So Cold que perde um pouco da força até o momento criada, mas isso não impede que essa mistura de R&B, soul e alternativo influenciado pela sonoridade típica dos gêneros vinda da Inglaterra seja potencialmente um caminho auspicioso para a artista. Então, o EP dá a sua guinada para incorporar o hip hop de forma explosiva.

Syrup tem uma instrumentalização minimalista e focada em percussão que pode não ser o ápice da criatividade em um contexto geral dentro do resultado de Last Year Was Weird, Vol. 3. Felizmente, a produção consegue dar para a Tkay uma base perfeita para que a rapper brilhe em uma performance segura e afrontosa. Logo em seguida, a produção entrega uma pérola com a presença da ótima Kim: “divertida e cheia de personalidade, Kim tem uma batida extremamente marcante que poderia afastar o público mainstream, mas, felizmente, a produção consegue tirar qualquer resquício devido a construção compacta, direta, viciante, rápida e rasteira. Entregando uma performance sensacional, Tkay é uma rapper que parece não ser de firulas, mas tem versatilidade suficiente para segurar uma canção no lado mais “pop” como Kim como, também, uma canção restritamente rap/hip hop”. Outro momento realmente inspirado fica por conta de High Beams ao ser uma intrigada mistura de R&B alternativo, hip hop e influencias de gospel em uma produção refinada, inteligente e inesperada. E isso continua com a presença de Cashmere ao ser “um veículo perfeito e inspirado para a rapper/cantora mostrar a sua versatilidade. Transitando lindamente entre o cantar e o flow do rap, Tkay Maidza entrega uma performance contida, emocionante e requintada, dominando todas as nuances que a produção sabiamente constrói para o single. Mistura inspirada de R&B, synthpop e rap, a canção resulta em uma vibe envolvente, limpa e deliciosamente envolvente devido a sua fluidez natural. E como arremeta perfeito, a canção é uma edificante mensagem sobre poder se sentir vulnerável e buscar crescer com erros, mas sem ser não clichê ou sem querer pregar um guia de autoajuda”. O EP termina com R&B/pop Breathe que funciona como um fechamento que remete ao começo ao mostrar um lado diferente sonoro da rapper. Se a Tkay Maidza é capaz de entregar um trabalho tão inspirado em um EP será interessante ver o que a mesma vai entregar no lançamento do seu próximo álbum.
notas
Eden: 8
Onto Me: 8
So Cold: 7,5
Syrup:7,5
Kim: 8
High Beams: 8
Cashmere: 8
Breathe:7,5
Média Geral: 7,8

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